Eurípedes Alcântara, diretor de Veja, sobre o
TremSalão: “Há indícios, mas não provas". “(...) ao escândalo Siemens no
Brasil faltam evidências sólidas”. “(...) tanto quanto as autoridades, os
repórteres de Veja as estão buscando”. Neste momento respiro fundo após
quase cair no chão de tanto rir; na verdade, gargalhar, pois, realmente eu
nunca li algo tão cínico e hipócrita, desprovido de senso crítico e noção de
ridículo. Realmente, os áulicos da imprensa de mercado superam suas próprias
iniquidades e arrivismos e se tornam, sem sombra de dúvida, o que há de pior do
que é pior no Brasil.
Trata-se de grupos empresariais extremamente
autoritários, que se fortaleceram economicamente nos anos de ditadura militar
(1964/1985). Após a redemocratização do Brasil, assumiram o lugar dos partidos
de direita, que a partir de 2003 perderam o poder federal para os políticos
trabalhistas, que são fortes candidatos às eleições presidenciais de 2014. Tais
grupos midiáticos não aceitam as decisões das urnas e diuturnamente criam
crises politicas que têm o objetivo de desqualificar, desconstruir e, se
possível, derrubar do poder os políticos trabalhistas que se tornaram
presidentes da República, a exemplo de Lula e Dilma Rousseff.
O autoritarismo dos donos de mídias de
negócios privados e de seus empregados regiamente pagos para repercutir e
irradiar os seus pensamentos políticos e interesses financeiros é similar, sem
sombra de dúvida, ao autoritarismo e ao casuísmo dos generais presidentes, que
calaram, perseguiram e mataram inúmeros ativistas de esquerda, bem como
receberam o apoio inconteste dos barões da imprensa, que hoje pautam a vida
brasileira e realizam uma campanha insidiosa e até mesmo violenta contra a
mesma esquerda que esses empresários combateram juntamente com os militares que
trouxeram angústia e dor à sociedade civil organizada.
A Editora Abril e especificamente a Veja,
indubitavelmente, não tem compromisso com os interesses do Brasil e com o
desenvolvimento da sociedade brasileira. Ponto. As razões apresentadas pelo seu
diretor, Eurípedes Alcântara, são vazias, sendo que ele se aproveita do
subterfúgio de lembrar dos malfeitos dos petistas, muitos deles que não foram
provados e se perderam no “esquecimento” conveniente da imprensa conservadora,
para poder defender a corrupção tucana, que foi escondida durante longos 20
anos, o que é um absurdo e um acinte para a sociedade paulista e brasileira.
Dos mesmos subterfúgios mequetrefes e
malandros se valeu a revista Época e o jornalista Diego Escosteguy, repórter há
tempos questionado em sua ética profissional, porque useiro e vezeiro em não
provar o que escreveu, quando ele, por exemplo, “denunciou” que havia
distribuição de pacotes de dinheiro na Casa Civil. As assertivas de Escosteguy
jamais se confirmaram. Ao contrário, foram desmentidas e o jornalista mais uma
vez experimentou o sentimento de ser desacreditado.
A verdade é que o escândalo contra o PMDB
para obviamente atingir o PT anunciado por meio do twitter pelo escriba de
Época e repercutido também pelo blogueiro e colunista de O Globo, Ricardo
Noblat, profissional conhecido por sua agressividade e oposição aos governantes
trabalhistas, já foi, ao que parece, para o espaço. Em vez de ser a bomba
anunciada, não passou de um traque, que ora foi negado pelo lobista João Augusto
Henriques, em quem Diego Escosteguy se fiou para escrever a sua matéria.
De acordo com a reportagem do “notável”
repórter, João Augusto teria revelado desvios de verbas da área internacional da
Petrobras para promover e financiar as campanhas políticas do PMDB. O
vice-presidente da República, Michel Temer, o presidente da Câmara dos
Deputados, Henrique Alves, e o megaempresário, Marcelo Odebrecht, segundo a
reportagem, efetivaram o esquema de propinas. A Odebrecht, inclusive, doou US$
8 milhões para a campanha presidencial, e, em contrapartida, firmou contratos
com a maior estatal brasileira. Só que o lobista João Augusto nega as próprias
declarações, o que fez diminuir, e muito, a força de explosão da bomba de Diego
Escosteguy tão festejada pelo colunista oposicionista Ricardo Noblat.
A verdade é a seguinte: tanto o diretor de
Veja — a Última Flor do Fáscio —, Eurípides Alcântara, quanto o repórter Diego
Escosteguy e os seus chefes diretores e editores de Época, revista das
Organizações(?) Globo que, tal qual a Veja, envolveu-se com o escândalo do
bicheiro Carlinhos Cachoeira, querem atingir, por intermédio de suas
“reportagens” e editoriais a presidenta trabalhista Dilma Rousseff, e, consequentemente,
abafar o, sem sombra de dúvida, megaescândalo de R$ 525 milhões do PSDB
paulista, que envolve as suas principais lideranças políticas, a exemplo do
falecido Mário Covas, de José Serra, de Geraldo Alckmin e de Fernando Henrique
Cardoso — o Neoliberal I — aquele que vendeu o patrimônio público do Brasil que
ele não construiu, além de ter pedido esmolas ao FMI de joelhos e com o pires
nas mãos por três vezes, porque quebrou o Brasil três vezes.
Recursos da ordem de R$ 525 milhões em apenas
um escândalo. Agora a pergunta que teima em não se calar: o que deve ter
acontecido em termos de dinheiro nos tempos da privataria tucana? Acho que até
o diabo teria vergonha por ser tão humilhado pelas ações privatistas de FHC e
de sua equipe, que nunca governaram para o povo brasileiro e, sim, para os
interesses dos ricos e dos muitos ricos, dentre eles os estrangeiros.
Até hoje o Judiciário e a Procuradoria Geral
deste País não tomaram quaisquer atitudes quanto às privatizações, bem como
renegaram o livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr., que se
baseia fundamentalmente em documentos pesquisados de forma legal, além de
mostrar, sem deixar margem para a dúvida, quem são as pessoas que participaram
desse processo draconiano de entrega das riquezas do Brasil e do povo
brasileiro.
Época e Veja não brincam em serviço, e,
apesar de seus graves erros no aspecto jornalístico, não vacilam em especular
realidades, criar faits divers e elaborar argumentos não plausíveis, porque o
propósito é causar confusão e dúvida ao público, criminalizar os políticos e
judicializar a política. A imprensa alienígena e corporativa age dessa maneira
para continuar sua trilha (não confunda com trilho) de combate e de oposição
sistemática contra o Governo trabalhista, o PT ou quaisquer instituições ou
pessoas que, porventura, atrevam-se a não concordar ou a enfrentar o pensamento
único da mídia burguesa, que luta para edificar a ditadura da imprensa e, por
conseguinte, pautar o dia a dia do cidadão brasileiro e governar no lugar dos
governantes eleitos.
O big brother é a imprensa de negócios
privados, ponta de lança da plutocracia e mantenedora do establishment. Se
depender dela, os tucanos continuam em seus cargos por mais 20 anos em São
Paulo, mesmo o Pais a perceber que o poderoso estado bandeirante está a
enfrentar uma verdadeira guerra civil no que concerne a todo tipo de violência,
o PIB ter diminuído, a qualidade de vida do paulista ter piorado em todos os
aspectos e a corrupção ser endêmica, uma chaga que corrói as estruturas do
estado paulista.
São Paulo necessita, urgentemente, de
mudanças e novos horizontes para que o ar naquela unidade da Federação seja
renovado, porque o cheiro de mofo e de podridão é muito forte e não convém à
sociedade paulista conviver com políticos que nos últimos 20 anos são os
representantes dos interesses dos grandes capitalistas e dos setores mais
conservadores e reacionários da sociedade, a exemplo do arrivismo e da
iniquidade de Época e Veja. É isso aí.