247 – De alvo de protestos da classe médica, o programa Mais Médicos, anunciado pelo governo federal há pouco mais de um mês, começa a ganhar a aprovação dos brasileiros. Pesquisa do Instituto Datafolha divulgada nesta segunda-feira 12 revela que aumentou a aprovação da população em relação à medida que prevê a contratação de médicos estrangeiros para trabalhar em regiões remotas do País.
O índice de aprovação passou de 47%, no final de junho, para 54% no último levantamento, realizado entre quarta e sexta-feira da última semana. Da mesma forma, caiu o índice de rejeição ao programa, que passou de 48% em junho para 40%. O Datafolha entrevistou 2.615 pessoas de 160 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
A maioria (60%) que aprova as iniciativas do programa é da região Nordeste do País, uma mostra de que a população que convive no dia a dia com a falta de médicos aprova a contratação de mais profissionais, mesmo que sejam de outros países. A primeira rodada de contratações do programa atendeu a 6% da demanda municipal. A nova chamada é para médicos estrangeiros: Espanha, Argentina e Portugal são, pela ordem, os mais numerosos na lista de incrições.
Alvo de críticas
O programa foi recebido por uma avalanche de críticas e foi alvo de manifestações da classe médica em diversos estados brasileiros, mas agora vai revelando sua aceitação em meio à população geral – a iniciativa já era aceita pela população mais carente, assim como por prefeitos de municípios que necessitam dessa categoria de profissional. A pesquisa divulgada hoje pela Folha revela que, daqui em diante, a tendência é que a aprovação só cresça.
Bandeira
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, virou boneco de Judas dos médicos que protestaram nas ruas do País e disseram sentir-se traídos pelo governo federal. Num evento no Maranhão, um grupo chegou a virar as costas para o ministro. Mas agora Padilha pode respirar com mais alívio, depois de ter persistido na importância da proposta. O programa pode vir a ser sua bandeira na candidatura ao governo de São Paulo em 2014.