14 agosto 2007

HIPÓCRITAS DE CUBA
Advogados dissidentes cubanos morando em Miami, solicitam a OAB que insista em obter do regime de Fidel Castro garantias à integridade dos dois pugilistas Rigondeaux e Lara. Segundo relato da PF, do procurador Leonardo Luiz de Figueiredo Costa, os dois pugilistas manifestaram “o desejo de regressar a Cuba, dizendo que possuíam famílias (filhos e esposas), que eram heróis em sua terra natal e que não tinham medo das sanções que eventualmente viessem a sofrer”. Nada contra a "preocupação" dos advogados cubanos, e da OAB. Interessante que não há essa preocupação de advogados dissidentes cubanos, nem da OAB, com os presos de Abu Ghraib torturados pelos militares dos EUA aonde Cruz Vermelha Internacional foi proibida de entrar para apurar as denuncias de tortura. Nem eles se preocuparam com os presos de Guantânamo que sofrem indiscutivelmente tratamento "desumano". Cinco especialistas responsáveis pelo relatório sobre os presos em Guantânamo, assinalam que em "certos casos", o tratamento ministrado aos detidos "aparenta-se" a torturas. Os EUA mantém 5 cubanos presos, prisão perpétua, acusados de conspirar para espionar em favor de Cuba. Em maio de 2005, cinco peritos independentes do Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias da Comissão de Direitos Humanos da ONU, todos renomados juristas de países diferentes (nenhum cubano), após analisar o caso durante dois anos, declararam arbitrária a prisão dos cinco, contrária às convenções de direitos humanos das Nações Unidas. Três juízes estadunidenses de alto prestígio, também após dois anos de análise do processo, chegaram à mesma conclusão: praticou-se em Miami, contra os cinco cubanos, uma farsa judicial, sem nenhum valor.Nesse caso também não há preocupação dos advogados dissidentes cubanos, e nem da OAB. Não estou vendo preocupação da OAB em interceder junto ao governo Serra contra a demissão dos 61 trabalhadores do Metrô, já que o direito de greve é constitucional. A Lei nº 7.783/89 asseguram o direito de greve a todo trabalhador, competindo-lhe a oportunidade de exercê-lo sobre os interesses que devam por meio dele defender. Entendi não precisa desenhar.
Jussara Seixas