Discursando no evento que reuniu as principais
centrais sindicais do Brasil, que representam 6,5 milhões de
trabalhadores, a presidente Dilma Rousseff lembrou que de 2008 a julho
de 2014, foram criadas 11,5 milhões de vagas com carteira assinada; "eu
não fui eleita para achatar salário, para desempregar e para tirar
direito de trabalhador", disse; ela também questionou a gestão econômica
do PSDB: "eles elevaram a inflação à estratosfera, antes de entregar o
governo para nós"; ex-presidente Lula também reforçou ganhos dos
trabalhadores; “tivemos coragem de fazer uma política de salário mínimo
que o trabalhador não precisava mendigar todo ano aquilo a que ele tinha
direito”
Aquiles Lins, 247 - A presidente Dilma Rousseff e
o ex-presidente Lula participaram na noite desta quinta-feira, 7, no
Canindé, em São Paulo, de ato que marcou a adesão à campanha pela
reeleição da presidente de representantes das seis principais centrais
sindicais do país. Juntas, CUT, Força Sindical, União Geral dos
Trabalhadores (UGT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
(CTB), Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e Central de
Sindicatos Brasileiros (CSB) representam 6,5 milhões de trabalhadores
sindicalizados.
Em um discurso duro, voltado para reforçar as conquistas para os
trabalhadores nos dois governos Lula e no seu governo, a presidente
Dilma enfatizou que de 2008 a julho de 2014, foram criadas 11,5 milhões
de vagas com carteira assinada. "Eu não fui eleita para achatar salário,
para desempregar e para tirar direito de trabalhador", disse Dilma.
Dilma lembrou ainda que antes que um trabalhador assumisse a
presidência, o Brasil quebrou três vezes, tendo que pedir empréstimos ao
Fundo Monetário Internacional (FMI). “Nós aproveitamos o nosso período
de governo com Lula e pagamos o FMI. Eles elevaram a inflação à
estratosfera, antes de entregar o governo para nós. Eles levaram o
Brasil ao desemprego e ao arrocho salarial”.
Entre as coisas que mais se orgulha, a presidente citou a política de
valorização do salário mínimo. "Essa política é responsável pelo
crescimento médio de 70% da renda do trabalhador. Hoje, questionam essa
política. Querem "medidas impopulares" para conter a inflação. Essa
medida impopular é acabar com a valorização do mínimo", disse Dilma.
A presidente criticou a política defendida pelos governos do PSDB, de
que para combater a inflação é necessário reduzir os ganhos dos
trabalhadores e aposentados. "Isso é o legado que nós abandonamos em
todo o período inicial do governo Lula. Depois, fizemos o país tomar um
novo rumo, com muita dificuldade, porque eles não deixaram projetos
prontos. Só em 2005, por meio da lei do presidente Lula, foi que nós
começamos a fazer escolas técnicas", lembrou a presidente.
Lula destaca mudança
Antes da presidente Dilma, o ex-presidente Lula observou que as
centrais sempre reivindicam, contestam, são duras com o governo, mas em
momentos de situação adversa, são os primeiros a se levantar para
defender um governo dos trabalhadores. “Eles sabem como eles eram
tratados neste país, historicamente, antes da gente chegar no governo”.
Lula lembrou que, às vezes presidentes passavam mandatos inteiros e
nunca recebiam trabalhadores para conversar. “Os trabalhadores passavam
quatro ou mais anos pedindo uma mísera conversa de 10 minutos e nunca
tinha tempo na agenda do presidente”, observou.
O ex-presidente ressaltou que nos últimos 12 anos essa situação foi
mudada. “Os trabalhadores sabem que não foi possível atender tudo, mas
sabem que nunca foram tratados com o respeito, a dignidade e a decência
com que nós tratamos os trabalhadores”, afirmou Lula.
Ele ainda comparou a postura do governo atual com a de oposicionistas
que chegam ao ponto de dizer que o Brasil deixou de ser competitivo
porque o salário está muito alto. A política de valorização do salário
mínimo implantada ainda no governo Lula, permitiu que os trabalhadores
passassem a ter reajustes reais de salário em todo o Brasil. “Tivemos
coragem de fazer uma política de salário mínimo que o trabalhador não
precisava mendigar todo ano aquilo a que ele tinha direito”.