20 setembro 2011

Em palestra no RJ, Lula ressalta retomada do setor naval

Ainda candidato à Presidência da República, em 2002, Lula criticava a encomenda de plataformas de petróleo da Ásia e defendia que a construção delas em território nacional traria empregos e poderia revigorar a indústria brasileira. Nesta segunda-feira (19), em palestra para membros do Sindicato Nacional da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), o ex-presidente pôde mostrar números provando que essa ideia não ficou apenas na promessa.

O nível de emprego no setor é um dos indicadores mais importantes da retomada que ocorreu em seus oito anos de governo. Em 2002, eram cerca de 2 mil postos de trabalho, e o país estava há mais de 15 anos sem lançar ao mar um grande navio. Hoje, são 56 mil pessoas trabalhando diretamente em 37 estaleiros, que tocam cerca de 300 projetos, incluindo 19 plataformas de petróleo. O país já é o quinto colocado em volume de encomendas, e há mais seis estaleiros em construção.
Petrobras
O crescimento da indústria naval foi impulsionado pela Petrobras, que fez investimentos pesados em infraestrutura e priorizou a indústria nacional. “A frota atual da Transpetro [braço logístico da Petrobras] conta com 53 navios. Espera-se que esse número chegue a 110 em 2015. O índice de nacionalização das embarcações ultrapassa os 70%, não apenas garantindo as atividades dos estaleiros, mas também impulsionando toda uma cadeia produtiva e incentivando a instalação de fornecedores no país”, ressaltou Lula em seu discurso, no Rio de Janeiro.
Na área de offshore, as encomendas da Petrobras têm ajudado a criar empregos e em toda a costa do país. A empresa já recebeu a plataforma P-56, construída em Angra dos Reis. Encomendou outras cinco, que já estão sendo construídas. A P-59 e a P-60 virão do estaleiro de São Roque do Paraguaçu, na Bahia; a P-61 virá do estaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis; a P-63 será feita no estaleiro Rio Grande, e a P-55 terá sua fabricação dividida: o casco será feito em Pernambuco, enquanto os módulos e equipamentos virão de Niterói e do Rio Grande do Sul.
“Por isso estou disposto a correr o mundo vendendo o Brasil. Não para privatizar, mas como projeto, como ideia. Porque não admitimos mais sermos tratados como país de sergunda classe”, disse o ex-presidente.

Pré-sal
A julgar pelo seu plano de negócios, a Petrobras continuará sendo a grande fomentadora do setor, já que no período de 2011 a 2015 prevê investimentos de 224,7 bilhões de dólares – mais do que o governo americano teve de orçamento em dez anos para levar o homem à Lua.

Boa parte desse valor vai para a região próxima às reservas do pré-sal. “O pré-sal é uma dádiva da natureza. Mas transformá-lo em riqueza nacional depende de decisão política e de investimentos em tecnologia, nas nossas empresas e na nossa gente”, afirmou Lula.
Como homenagem pela recuperação do setor, o Sinaval presenteou o ex-presidente com uma placa e duas maquetes. Acompanharam a palestra o ministro da Pesca, Luiz Sérgio, o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), a diretora de Gás e Energia da Petrobras, Graça Foster, o diretor de Exploração e Produção da empresa, Guilherme Estrella, e o presidente da Transpetro, Sérgio Machado.
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