17 julho 2011

Fruet: da oposição sangrenta à base aliada

Redação Carta Capital 13 de julho de 2011

Paranaense segue trilha de Eduardo Paes, que de jovem e “combativo” tucano em 2005 virou aliado do Planalto
Em junho de 2005, quando eclodiu a maior crise do governo Lula, três jovens deputados tucanos assumiram a linha de frente nas comissões montadas pela oposição no Congresso para investigar o suposto esquema que ficou conhecido como mensalão. Despontavam como os baluartes da oposição os deputados Eduardo Paes (RJ), Gustavo Fruet (PR) e Carlos Sampaio (SP).

Seis anos depois, dois desses “combativos” oposicionistas migraram para a base governista. Paes, que na época do mensalão era vice-líder do PSDB e tinha 36 anos, filiou-se ao PMDB e virou prefeito do Rio de Janeiro com o apoio do PT e de Lula, que um dia foi chamado por ele de “chefe de quadrilha”. O apoio do então presidente na eleição de 2008 o levou a dizer que havia “exagerado no tom” durante a CPI.
Depois de Paes, agora é a vez de Fruet, que anunciou nesta quarta-feira sua saída do PSDB. O seu destino mais provável é o PDT, legenda pela qual deve se candidatar à prefeitura de Curitiba no ano que vem com apoio dos petistas. Um dos articuladores da mudança é o ministro das Comunicações Paulo Bernardo.
Fruet, que aos 42 anos era sub-relator de Movimentações Financeiras na CPMI dos Correios – criada para interrogar os personagens do escândalo – deixou a legenda por não vislumbrar espaço para sua candidatura na seara tucana, hoje dominada pelo governador Beto Richa – que o levou ao PSDB no início de 2005.
Em nota, Fruet justificou a saída dizendo ter passado meses em “conversações internas infrutíferas”, “incompreensão com o silêncio e a falta de clareza da direção do partido na capital”. Na saída, anunciou que corria em direção ao futuro (sic) e deixou de fora o ex-padrinho da lista de agradecimentos.

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Foi mais uma baixa no PSDB, que em pouco mais de seis meses perdeu nada menos que seis vereadores em São Paulo e fundadores como Walter Feldman.
Resta saber se, em tempos de deserção, Carlos Sampaio, de 48 anos, ficará firme como o último bastião entre os jovens opositores que sobreviveram à crise de 2005.