A SANHA DA IMPRENSA

Os jornalistas e as jornalistas da Folha, Estadão, Veja, Globo, SBT, e outros dos meios de comunicação são pessoas públicas. Estão sempre em evidência e têm de manter uma boa imagem, falar e escrever corretamente. Afinal, falam e escrevem para milhões de pessoas, no Brasil e no exterior.

Será que esses jornalistas nas horas de folga, de lazer, em férias com suas famílias, gostariam de ser assediados por seus colegas de profissão ou por curiosos? Gostariam de ter sua privacidade invadida, de serem fotografados, de expor seus filhos, esposas, maridos na mídia? Imagino que não, até por segurança, tanto que isso não ocorre: os jornalistas se respeitam entre eles. Quando aparece uma matéria com jornalistas em momentos de lazer com seus familiares, é com autorização prévia deles. Então, por que essa sanha, essa falta de respeito com a presidenta Dilma, que está passando uns dias de folga por conta do carnaval com sua família no hotel de trânsito do Centro de Lançamento Barreira do Inferno, no RN? Ela é a presidenta do Brasil, mas merece respeito, privacidade, paz quando não está em missão oficial, pública. Como qualquer mortal, a presidenta Dilma tem direito a momentos de privacidade com seus familiares, longe da imprensa e de curiosos. Caros jornalistas, não façam com os outros o que não querem que façam com vocês. Respeito é bom e todos gostam de serem respeitados nas horas de intimidade com familiares, nos momentos de descanso. A impresa está criticando o aparato montado pela Forças Armadas para garantir a privacidade da presidenta Dilma por terra , mar e ar, mas se não fosse assim haveria uma fileira de barcos fotografando, helicópteros sobrevoando a base, relatos da movimentaçõa da presidenta e de seus familiares, fotógrafos, jornalistas e curiosos de plantão na entradada base. Não há ser humano que suporte esse assédio da sua privacidade nos momentos de descanso, junto a familiares que não querem serem expostos nas páginas dos jornalões.

A privacidade de qualquer cidadão é um direito constitucional, e até os jornalistas devem respeitá-lo

Jussara Seixas