06 março 2011

Restos a pagar garantem Minha Casa, Minha Vida

Outro dia comentei no Twitter que o corte de R$5,1 bilhões anunciado pelo Governo Dilma no programa 'Minha Casa, Minha Vida' não passava de 'maquiagem'. Teve quem reclamasse do comentário. A ministra Miriam Belchior foi clara quando disse que como a segunda fase do programa ainda não havia sido aprovada no Congresso, não haveria mesmo como efetuar esses investimentos programados para todo o ano. Eles cortaram o que não seria gasto mesmo. Citei vagamente os 'restos a pagar' do Governo anterior, que tinha como Chefe da Casa Civil a atual Presidenta Dilma Rousseff, que garantem o andamento do MCMV, mas não me alonguei muito naqueles efêmeros 140cc. Essa matéria ajuda a entender que o tal corte não afetará em nada a economia e a meta de enfrentar o déficit habitacional. O programa continua a todo vapor.

O Globo - Representantes do setor da construção civil afirmaram ontem que o corte de R$5,1 bilhões no orçamento do programa Minha Casa Minha Vida, anunciado pela equipe econômica, não é preocupante. Segundo o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), Paulo Simão, o montante que foi reduzido será compensado pelos restos a pagar de anos anteriores (despesas comprometidas em um ano mas pagas no seguinte), em torno de R$6 bilhões.
Nos cálculos do governo, os restos a pagar de 2010 do programa são ainda maiores, de R$9,5 bilhões, segundo nota conjunta divulgada ontem pelos ministérios do Planejamento e das Cidades. Ou seja: o poder do Minha Casa para turbinar a economia em 2011 está intacto.

Diante da repercussão da tesourada no Minha Casa Minha Vida - que faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - o governo afirmou a representantes do setor anteontem que a meta de contratar dois milhões de moradias até 2014 está mantida. O Ministério do Planejamento explicou que o que está reservado no orçamento com restos a pagar vai suprir os desembolsos nos primeiros meses de 2011.

O corte foi bem recebido pelo mercado financeiro. A construção civil é um dos setores mais aquecidos da economia e que sofre problemas de falta de mão de obra e de capacidade produtiva. Os fabricantes de louças sanitárias, por exemplo, não estariam dando conta da demanda e, segundo o BNDES, isso tem levado a um aumento de preços e até a importação desses itens.

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