22 fevereiro 2011

Um tucano depenado na tribuna da ditadura

José Serra, que adora um vice-campeonato (não deve desanimar, porque Lula foi tri-vice e acabou chegando lá), usou, neste fim de semana, o jornal que tem nome de biscoito de praia pra cobrar de Dilma Rousseff grandes realizações em dois meses de governo.

Com sua choradeira extemporânea, Serra mostra que ainda não assimilou a derrota nas urnas. Deve vagar à noite pela casa, arrastando correntes e dizendo:

_ No próximo debate eu viro o jogo. No próximo debate eu viro o jogo...

Além de perder para o "poste" com uma performance constrangedoramente mitômana nos debates, Serra ficou sem espaço no PSDB para Aécio Neves e até para o picolé de giló que governa São Paulo.

Aí, aparece a tribuna do golpe e do monopólio para dar voz ao zumbi político paulistano. Quem deu voz à ditadura militar não daria a Serra contra Dilma?

Se Satanás bater na porta da redação da Rua Irineu Marinho disposto a meter o pau no PT, a chefia imediatamente mandará descer um repórter e um fotógrafo com tridentes nas mãos e boné de chifrinho.

E ainda vão dizer que foi coincidência, porque é Carnaval, coisa e tal...

E o tucano depenado veio com o seu trololó requentado. Falou em "rigor fiscal"...

Rigor fiscal pra mim é festa black tie na sede da Receita Federal.

E o novo mínimo?

Quando era oposição, o PT queria o mínimo estratosférico, diziam os governistas do PDS, PFL e depois do PSDB. Pois agora é o PSDB que assume o papel inconsequente. O problema é que o povo já mostrou gostar mais do mínimo petista do que daquele mínimo tucano.

Serra também falou em "herança maldita" deixada por Lula como razão para o "descontrole de gastos".

Acho que a herança que o sapo barbudo deixou foi o descontrole tucano.


Marcelo Migliaccio


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