02 setembro 2010

Santos agradece apoio brasileiro, mas diz que o combate à guerrilha é "assunto interno"

Renata Giraldi e Ivan Richard, Agência Brasil

“O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, negou hoje (1º) que tenha pedido apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para combater as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Santos disse que o tema das Farc é um assunto interno da política colombiana. Segundo ele, o Brasil e os demais países latino-americanos já colaboram ao rechaçar a ação dos terroristas na região.

“O problema nosso com as Farc é um problema interno colombiano e temos pedido que isso seja respeitado. Todos os países da região rechaçam o terrorismo e os métodos violentos para lograr objetivos. Mas o diálogo com as Farc é nosso: dos colombianos com os colombianos”, afirmou Santos, que está no Brasil em sua primeira viagem internacional desde que tomou posse.

Santos afirmou que uma eventual colaboração do governo do Brasil ou de qualquer outro deve ser solicitada pela Colômbia. “O Brasil sempre poderá colaborar quando nós considerarmos que o Brasil deve fazê-lo. Então, agradeço muito ao presidente Lula essa posição que tem sido clara e contundente.”

O presidente da Colômbia disse ainda que aguarda uma manifestação concreta dos líderes das Farc no sentido da negociação. De acordo com Santos, como essa manifestação ainda não ocorreu, não há estimativa de diálogo próximo. “Para haver esse diálogo é preciso ter uma vontade real das Farc que ainda não temos visto”, disse ele.
Pelos dados oficiais de organismos colombianos, 30.710 pessoas estão desaparecidas no país e a principal suspeita é que sejam vítimas da ação de guerrilhas, como as Farc e o Exército da Libertação Nacional (ELN), e de grupos paramilitares. Recentemente, o governo brasileiro ajudou no resgate de reféns das Farc. No começo do ano foram enviados aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para apoiar as forças policiais colombianas.”