Passageiros de fretados fecham marginal
No 1º dia da restrição, usuários com dificuldade para embarcar bloquearam também as avenidas dos Bandeirantes e Ricardo JafetPM e CET tiveram de intervir para liberar as vias no horário de pico do trânsito, mas não houve confrontos; uma pessoa foi detida
Marlene Bergamo/Folha Imagem
Usuários de ônibus fretados protestam na marginal Pinheiros
Trânsito ruim nos novos acessos dificulta embarque de passageiros de fretados; no metrô, fila para bilhete chegou a 35 minutosAntes dos protestos da tarde, o secretário municipal dos Transportes comemorou o que chamou de queda nos índices de lentidãoNo 1º dia da restrição, usuários com dificuldade para embarcar bloquearam também as avenidas dos Bandeirantes e Ricardo JafetPM e CET tiveram de intervir para liberar as vias no horário de pico do trânsito, mas não houve confrontos; uma pessoa foi detida
Marlene Bergamo/Folha Imagem
Usuários de ônibus fretados protestam na marginal Pinheiros
DA REPORTAGEM LOCAL DO "AGORA" COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O primeiro dia de restrição aos ônibus fretados terminou ontem com protestos e algumas das principais vias de São Paulo fechadas em pleno horário de pico do trânsito.A marginal Pinheiros e as avenidas dos Bandeirantes e Ricardo Jafet foram interditadas no final da tarde por passageiros dos fretados que enfrentavam dificuldades para embarcar. Não houve confrontos, mas uma pessoa, que estava no protesto na av. dos Bandeirantes, chegou a ser detida -foi liberada por volta das 20h.De acordo com dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), ontem à tarde, apesar dos fechamentos de vias, o congestionamento médio foi menor do que em outras segundas.Na Ricardo Jafet, por exemplo, o mapa da CET, órgão da Prefeitura de São Paulo, não apontava congestionamentos.Em nota, a prefeitura e a Secretaria de Transportes atribuíram os protestos a "uma postura intransigente de setores que se recusam a cooperar".A previsão para hoje é de novas manifestações. Ontem, passageiros de diferentes linhas combinavam um "apitaço" na marginal Pinheiros.O veto ao tráfego de fretados decretado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) vale de segunda a sexta, das 5h às 21h, em uma área de 70 km2.A restrição inclui os centros financeiros das avenidas Paulista, Brigadeiro Faria Lima e Luiz Carlos Berrini.Pistas fechadasA PM e fiscais da CET tiveram de intervir nos três locais de protestos, mas encontraram resistência maior na manifestação da marginal Pinheiros, que durou quase duas horas.As nove pistas, no sentido centro, chegaram a ser interditadas por 25 minutos. Depois, os passageiros concentraram-se nas faixas locais.A reportagem presenciou o momento em que os próprios passageiros, irritados com a demora e a desorganização para embarcar, entraram na pista e pararam o trânsito, formando uma longa fila de fretados, ônibus municipais e carros.Na Ricardo Jafet, em frente à estação de metrô Santos-Imigrantes, os manifestantes fecharam a pista sentido centro a partir das 18h10. O trânsito só foi liberado às 18h45.Um homem que se identificou como Renato e se disse motorista desempregado pela medida da prefeitura chegou a simular um atropelamento para fechar a única faixa que a polícia e a CET conseguiram manter liberada.Ele ficou cerca de cinco minutos no chão, mas saiu correndo quando percebeu que o motorista do ônibus que supostamente o teria atropelado iria ser interrogado pela polícia.A invasão da pista, incentivada pelo mesmo Renato, começou após um grupo de cerca de mil pessoas se juntar na frente da estação para aguardar a chegada dos ônibus. Na avenida, uma fila de fretados aguardava a vez de encostar para pegar os passageiros -ao menos 200 passariam pelo local.Aos gritos de "fretado, fretado", um grupo invadiu a pista da avenida. Kassab chegou a ser xingado, em coro.No meio da confusão, a auxiliar administrativa Cinthia Mochida, 32, perdeu dois ônibus com destino a Santo André (Grande São Paulo), onde mora. "O Kassab prometeu não aumentar a passagem de ônibus e agora quer dinheiro dos passageiros dos fretados", disse ela, que ontem teve que pegar metrô e ônibus para chegar ao escritório, em Perdizes.
O primeiro dia de restrição aos ônibus fretados terminou ontem com protestos e algumas das principais vias de São Paulo fechadas em pleno horário de pico do trânsito.A marginal Pinheiros e as avenidas dos Bandeirantes e Ricardo Jafet foram interditadas no final da tarde por passageiros dos fretados que enfrentavam dificuldades para embarcar. Não houve confrontos, mas uma pessoa, que estava no protesto na av. dos Bandeirantes, chegou a ser detida -foi liberada por volta das 20h.De acordo com dados da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), ontem à tarde, apesar dos fechamentos de vias, o congestionamento médio foi menor do que em outras segundas.Na Ricardo Jafet, por exemplo, o mapa da CET, órgão da Prefeitura de São Paulo, não apontava congestionamentos.Em nota, a prefeitura e a Secretaria de Transportes atribuíram os protestos a "uma postura intransigente de setores que se recusam a cooperar".A previsão para hoje é de novas manifestações. Ontem, passageiros de diferentes linhas combinavam um "apitaço" na marginal Pinheiros.O veto ao tráfego de fretados decretado pelo prefeito Gilberto Kassab (DEM) vale de segunda a sexta, das 5h às 21h, em uma área de 70 km2.A restrição inclui os centros financeiros das avenidas Paulista, Brigadeiro Faria Lima e Luiz Carlos Berrini.Pistas fechadasA PM e fiscais da CET tiveram de intervir nos três locais de protestos, mas encontraram resistência maior na manifestação da marginal Pinheiros, que durou quase duas horas.As nove pistas, no sentido centro, chegaram a ser interditadas por 25 minutos. Depois, os passageiros concentraram-se nas faixas locais.A reportagem presenciou o momento em que os próprios passageiros, irritados com a demora e a desorganização para embarcar, entraram na pista e pararam o trânsito, formando uma longa fila de fretados, ônibus municipais e carros.Na Ricardo Jafet, em frente à estação de metrô Santos-Imigrantes, os manifestantes fecharam a pista sentido centro a partir das 18h10. O trânsito só foi liberado às 18h45.Um homem que se identificou como Renato e se disse motorista desempregado pela medida da prefeitura chegou a simular um atropelamento para fechar a única faixa que a polícia e a CET conseguiram manter liberada.Ele ficou cerca de cinco minutos no chão, mas saiu correndo quando percebeu que o motorista do ônibus que supostamente o teria atropelado iria ser interrogado pela polícia.A invasão da pista, incentivada pelo mesmo Renato, começou após um grupo de cerca de mil pessoas se juntar na frente da estação para aguardar a chegada dos ônibus. Na avenida, uma fila de fretados aguardava a vez de encostar para pegar os passageiros -ao menos 200 passariam pelo local.Aos gritos de "fretado, fretado", um grupo invadiu a pista da avenida. Kassab chegou a ser xingado, em coro.No meio da confusão, a auxiliar administrativa Cinthia Mochida, 32, perdeu dois ônibus com destino a Santo André (Grande São Paulo), onde mora. "O Kassab prometeu não aumentar a passagem de ônibus e agora quer dinheiro dos passageiros dos fretados", disse ela, que ontem teve que pegar metrô e ônibus para chegar ao escritório, em Perdizes.
Secretário é xingado e seu carro é cercado em área de Zona Sul
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário municipal dos Transportes, Alexandre de Moraes, saiu ontem da estação Imigrantes do metrô sob protesto e xingamentos vindos de usuários de ônibus fretados.Moraes concedia uma entrevista por volta das 7h quando usuários de um ônibus vindo de Santos começaram a protestar contra a restrição ao serviço. "Você nunca pegou o metrô na vida" e "covarde, só anda de helicóptero", gritavam os manifestantes entre palavrões.Moraes encerrou rapidamente a entrevista e, puxado, por assessores, entrou no carro que saiu em alta velocidade. Os manifestantes -a maioria de roupa social- ainda bateram várias vezes no capô do veículo.Mais tarde, Moraes disse que o protesto foi "claramente montado". "Já identificamos a pessoa que incitou os demais, que é proprietário de uma empresa de fretados", afirmou.Para ele, "as pessoas foram extremamente cordatas", ainda que algumas estivessem reclamando, até serem incitadas. "Vamos chamar essa pessoa. Quem quer colaborar, quem quer participar, deve levar sugestões ao poder público, não incitar as demais pessoas."Assessores de Moraes atribuíram o protesto à imprensa. Para eles, o secretário não teria sido reconhecido se não estivesse sendo entrevistado.
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário municipal dos Transportes, Alexandre de Moraes, saiu ontem da estação Imigrantes do metrô sob protesto e xingamentos vindos de usuários de ônibus fretados.Moraes concedia uma entrevista por volta das 7h quando usuários de um ônibus vindo de Santos começaram a protestar contra a restrição ao serviço. "Você nunca pegou o metrô na vida" e "covarde, só anda de helicóptero", gritavam os manifestantes entre palavrões.Moraes encerrou rapidamente a entrevista e, puxado, por assessores, entrou no carro que saiu em alta velocidade. Os manifestantes -a maioria de roupa social- ainda bateram várias vezes no capô do veículo.Mais tarde, Moraes disse que o protesto foi "claramente montado". "Já identificamos a pessoa que incitou os demais, que é proprietário de uma empresa de fretados", afirmou.Para ele, "as pessoas foram extremamente cordatas", ainda que algumas estivessem reclamando, até serem incitadas. "Vamos chamar essa pessoa. Quem quer colaborar, quem quer participar, deve levar sugestões ao poder público, não incitar as demais pessoas."Assessores de Moraes atribuíram o protesto à imprensa. Para eles, o secretário não teria sido reconhecido se não estivesse sendo entrevistado.
Filas em ponto e metrô lotado marcam 1º dia
Eduardo Knapp/Folha Imagem
No 1º dia da restrição, usuários de fretados de SP fazem fila na avenida Doutor Arnaldo (zona oeste), um dos pontos onde os passageiros podem desembarcar
DA REPORTAGEM LOCAL COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Os passageiros de ônibus fretados enfrentaram atrasos ontem não só pelo aumento de distância dos trajetos e pela necessidade de fazer baldeações com ônibus, trens ou metrô.A demora foi agravada também pela confusão do trânsito nos acessos aos pontos de embarque e desembarque de fretados definidos pela prefeitura.Pelos congestionamentos aferidos pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a manhã esteve um pouco pior do que nas outras segundas deste mês de férias escolares -média de 34 km de lentidão das 7h às 10h, contra 31 km.Mas, no resto do dia, ficou melhor, apesar da chuva e do protesto -entre a tarde e a noite, a média foi de 57 km (com pico de 103 km), contra 66 km (com pico de 100 km). Os dados foram calculados pela Folha com base em medições feitas pela CET a cada meia hora.A prefeitura se negou a divulgar dados consolidados (bem como a quantidade de multas aos infratores), embora Alexandre de Moraes, secretário dos Transportes, tenha comemorado no fim da manhã aquilo que chamou de queda nos índices de lentidão -talvez uma referência a uma redução superior a 40% se comparado com meses sem férias escolares.Segundo especialistas, não é possível avaliar os eventuais impactos da medida no trânsito com base em um único dia.Fila no metrôPela manhã, somente na estação Imigrantes do metrô (linha 2-verde) a demora na fila para comprar a passagem chegava a 35 minutos.Ela recebeu pela manhã em torno de 6.300 usuários de fretados, segundo estimativa do Metrô (número que equivale a praticamente 50% da demanda diária da estação em 2008).Quase todos os fretados se acumularam no local no mesmo horário, das 7h às 8h. Para chegar à estação, esses ônibus ficavam até 20 minutos parados no congestionamento.O Estado afirma que mandou sugestões à prefeitura para "aprimorar" a situação hoje.O metrô foi a opção majoritária de baldeação dos passageiros dos fretados. Os trens da CPTM receberam menos de 500 usuários adicionais pela manhã. As linhas de ônibus criadas pela prefeitura circulavam vazias na região da Berrini.Fretados vindos do ABC, de bairros da zona leste, de Santos e de Campinas atrasaram pelo menos 50 minutos em relação ao horário de chegada normal.A prefeitura até admitiu alguns problemas, mas Gilberto Kassab (DEM) elogiou a "melhoria" no trânsito. À noite, foi para Sorocaba participar de reunião partidária. Contatado por meio de sua assessoria, não falou sobre os protestos.
Muitos dos passageiros dos fretados estão revoltados, e disseram que votaram no Kassab. Não foi por falta de aviso, e tem mais Kassab não faz nada sem o aval do Serra.Votaram no Kassab, no Serra agora tem que aguentar os descasos deles com o povo. A gente avisou que seria muito ruim, que seria péssimo.
Os passageiros de ônibus fretados enfrentaram atrasos ontem não só pelo aumento de distância dos trajetos e pela necessidade de fazer baldeações com ônibus, trens ou metrô.A demora foi agravada também pela confusão do trânsito nos acessos aos pontos de embarque e desembarque de fretados definidos pela prefeitura.Pelos congestionamentos aferidos pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), a manhã esteve um pouco pior do que nas outras segundas deste mês de férias escolares -média de 34 km de lentidão das 7h às 10h, contra 31 km.Mas, no resto do dia, ficou melhor, apesar da chuva e do protesto -entre a tarde e a noite, a média foi de 57 km (com pico de 103 km), contra 66 km (com pico de 100 km). Os dados foram calculados pela Folha com base em medições feitas pela CET a cada meia hora.A prefeitura se negou a divulgar dados consolidados (bem como a quantidade de multas aos infratores), embora Alexandre de Moraes, secretário dos Transportes, tenha comemorado no fim da manhã aquilo que chamou de queda nos índices de lentidão -talvez uma referência a uma redução superior a 40% se comparado com meses sem férias escolares.Segundo especialistas, não é possível avaliar os eventuais impactos da medida no trânsito com base em um único dia.Fila no metrôPela manhã, somente na estação Imigrantes do metrô (linha 2-verde) a demora na fila para comprar a passagem chegava a 35 minutos.Ela recebeu pela manhã em torno de 6.300 usuários de fretados, segundo estimativa do Metrô (número que equivale a praticamente 50% da demanda diária da estação em 2008).Quase todos os fretados se acumularam no local no mesmo horário, das 7h às 8h. Para chegar à estação, esses ônibus ficavam até 20 minutos parados no congestionamento.O Estado afirma que mandou sugestões à prefeitura para "aprimorar" a situação hoje.O metrô foi a opção majoritária de baldeação dos passageiros dos fretados. Os trens da CPTM receberam menos de 500 usuários adicionais pela manhã. As linhas de ônibus criadas pela prefeitura circulavam vazias na região da Berrini.Fretados vindos do ABC, de bairros da zona leste, de Santos e de Campinas atrasaram pelo menos 50 minutos em relação ao horário de chegada normal.A prefeitura até admitiu alguns problemas, mas Gilberto Kassab (DEM) elogiou a "melhoria" no trânsito. À noite, foi para Sorocaba participar de reunião partidária. Contatado por meio de sua assessoria, não falou sobre os protestos.
Muitos dos passageiros dos fretados estão revoltados, e disseram que votaram no Kassab. Não foi por falta de aviso, e tem mais Kassab não faz nada sem o aval do Serra.Votaram no Kassab, no Serra agora tem que aguentar os descasos deles com o povo. A gente avisou que seria muito ruim, que seria péssimo.