02 julho 2008

Resposta brasileira à crise de alimentos será incentivo à produtividade, afirma Lula
Ao lançar o Plano Agrícola e Pecuário 2008/2009, hoje (2), em Curitiba, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a resposta brasileira à crise mundial de alimentos não deve ser a retenção da capacidade de consumo ou produção, mas sim o incentivo à produtividade. “É criar condições para que as pessoas plantem."
Lula convocou os agricultores a aproveitarem o atual cenário mundial para suprirem a demanda por alimentos e transformar o Brasil numa potência. “Quando o mundo quiser comer temos que dizer: venha comprar que o Brasil tem para vender”.
Segundo Lula, esse plano se destaca pelo mérito de ser construído sem pressão e antagonismos entre os diversos setores envolvidos. “Pela primeira vez o Ministério da Fazenda senta com você [se dirigindo ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes] para negociar junto com o Ministério do Planejamento sem que haja antagonismo”.
Para o presidente Lula essa discussão equilibrada é conseqüência da compreensão e a cooperação de toda a equipe, que entendeu a situação do país diante do atual cenário mundial. “Se o barco afundar, todos serão iguais debaixo d’água. Não haverá distinção de tamanho, de propriedade, do que está sendo plantado, da renda”.
O presidente também lembrou que é comum haver pressões em anos eleitorais, como este, com eleições municipais marcadas para outubro. “Em ano político aparecem salvadores da pátria por todos os lados, não cabe todo mundo no céu. Então, desce todo mundo para a terra para fazer pressão, como se fosse possível inventar um dinheiro para atender às demandas dos momentos de campanha eleitorais”.
Ao falar sobre dívida agrícola, ele pediu que sejam retirados os excessos de cobrança que incidem sobre as dívidas e aumentam o valor para que então possam ser pagas pelos agricultores. “Vamos limpar esse negócio, vamos tirar todos os penduricalhos, ver que é a dívida real e dar um tempo para as pessoas pagarem.”
O Plano Agrícola e Pecuário 2008/2009 prevê 65 bilhões para financiar a próxima safra da agricultura empresarial. Os recursos serão aplicados no custeio, comercialização e investimento. Agência Brasil