29 junho 2008

Pesquisa mostra Dilma como a mais conhecida
Ministra já empata com Marta Suplicy, candidata do PT à Prefeitura, nas intenções de voto ao Planalto e 62% podem apoiar nome indicado por Lula
Vera Rosa
Dos 37 ministros do governo Lula, a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), é a mais conhecida da população e está tecnicamente empatada com Marta Suplicy, candidata do PT à Prefeitura de São Paulo, nas simulações de intenção de voto para a Presidência, em 2010. Pesquisa realizada pelo Vox Populi em todo o País, sob encomenda do PT, revela que Dilma tem de 8% a 9% das preferências, dependendo do cenário. Marta, por sua vez, obteve de 8% a 10% quando seu nome foi posto à prova para a eleição ao Planalto.Feito para avaliar a imagem do PT, do governo e de potenciais candidatos à Presidência, o levantamento mostrou que 62% dos eleitores podem votar no candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Desse total, 21% votariam "com certeza" e 41%, "dependendo do candidato". Conclusão: não apenas o presidente é um bom cabo eleitoral, mas também Dilma - sua favorita para a sucessão ao Planalto- ganhou musculatura política. De quebra, a pesquisa exibiu a recuperação do PT, apontado como partido "forte" por 76% dos entrevistados, após os escândalos do mensalão e do dossiê Vedoin.O tamanho da transferência de votos de Lula subiu, acompanhando o aumento de sua popularidade. Em abril de 2007, apenas 14% cravavam com certeza a escolha de um candidato indicado pelo presidente. Já o patamar dos que não apoiariam o concorrente chapa-branca diminuiu pela metade: eram 20% no ano passado e hoje são 10%.DESCONHECIMENTOEmbora Dilma apareça na frente na lista dos auxiliares de Lula, o grau de desconhecimento da equipe é grande. Quando os entrevistadores pediram a identificação espontânea dos ministros de Lula, 75% não souberam dizer nenhum nome. O segundo mais lembrado depois da chefe da Casa Civil foi o ministro da Cultura, Gilberto Gil. Apesar de ser filiado ao PV, Gil é visto como ministro do PT. A pesquisa, feita entre os dias 22 e 25 de maio, ouviu 1.800 pessoas em 153 municípios, incluindo a zona rural."Hoje, o nome do PT com maior densidade para concorrer à sucessão de Lula é o de Dilma", diz o presidente do partido, deputado Ricardo Berzoini (SP). "É claro que outros podem surgir e têm de ser respeitados, mas não podemos esperar 2010 para definir a candidatura. Temos de nos preparar."Os resultados do levantamento animaram Lula e vão orientar a estratégia do Planalto e do comando petista. Nas campanhas municipais - tidas como o primeiro teste para a eleição presidencial de 2010 -, o partido vai associar a imagem de seus concorrentes ao desempenho do governo, amparado em dois pilares: programas sociais e política econômica. Com essa tática, quer dar um caráter plebiscitário à disputa, de aprovação ou rejeição a Lula.Na opinião de 65% dos entrevistados, o PT deve ter candidato próprio à Presidência, embora partidos que integram a base aliada do governo no Congresso, como o PSB do deputado Ciro Gomes (CE), sonhem com a bênção de Lula. Mesmo assim, 54% juram não ter preferência partidária. Dos que têm posição ideológica definida, 25% escolheram o PT como legenda favorita. O PMDB aparece bem atrás, em segundo lugar, com 7%, seguido pelo PSDB, com 6%, e pelo DEM, com 2%. Tanto o PDT como o PTB foram citados por apenas 1% e todos os outros partidos somaram 5%.RECUPERAÇÃOApesar dos escândalos que abalaram o PT desde 2005, a sigla começa a se recuperar das crises. Para 57% dos eleitores, a atuação do partido de Lula na política é positiva, enquanto 25% a consideram "mais ou menos" e 12%, negativa. Além disso, 63% acreditam que, de maneira geral, a legenda "ajuda o Brasil a crescer"."A pesquisa reforça nosso sentimento de que o PT e o presidente Lula são forças políticas capazes de pautar a disputa política entre a continuidade da mudança e o retrocesso no projeto nacional, com óbvios impactos eleitorais", argumenta Berzoini.Ao medir o recall das agremiações, a pesquisa realizada pelo Vox Populi constatou, ainda, que o PT é o partido mais lembrado pelos eleitores, com 36% das opções. Em seguida vêm o PMDB (22%) e o PSDB (15%). O DEM, que faz oposição ferrenha ao governo, ocupa o quarto lugar, com 4%, em situação de empate com o PDT. O trio formado por PSB, PTB e PV também tem o mesmo porcentual de lembrança, na casa dos 2%.