08 junho 2006


08/06/2006 - 14:06
Dulci: Superação da "herança maldita" explica popularidade de Lula

Em palestra aos delegados internacionais no 9º Concut, nesta quarta-feira (7), o ministro Luiz Dulci, da Secretaria-Geral da Presidência da Repúbica, ressaltou que a expressiva aprovação popular do governo Lula representa um reconhecimento da sociedade brasileira aos avanços obtidos e à superação da "herança maldita" deixada pelos tucanos.

Para uma correta avaliação da dimensão do problema deixado, esclareceu Dulci, basta lembrar que, quando Fernando Henrique assumiu, a dívida pública alcançava 27,6% do PIB. No final dos 8 anos de neoliberalismo, já atingia 62% do PIB".

"O objetivo central do nosso programa de governo era a superação da crise econômica e financeira aguda, que o Brasil vivia em 2002, e fazer com que o país entrasse num ciclo histórico de desenvolvimento sustentável. Era preciso criar as condições para o crescimento num contexto de extrema fragilidade. O presidente do BC na época dizia que o Brasil estava pronto para crescer, enquanto economistas respeitáveis alertavam que o país estava prestes a quebrar", declarou o ministro, lembrando de quanto era desfavorável

o ambiente para uma maior ousadia na política econômica.

A fragilidade econômica, conforme o ministro, se evidenciava no alto grau de internacionalização da economia, com 47% da dívida pública dolarizada.

"Hoje, o principal item da nossa pauta de exportações é a indústria aeronáutica,a Embraer. Mas, naquele momento, todas as linhas internacionais de financiamento estavam zeradas", declarou Dulci, frisando que, caso o governo não tivesse recuperado a economia e a confiança dos investidores, não haveria como garantir linhas de financiamento apenas com recursos públicos, impedindo o país de crescer.

A questão central, recuperada ao longo deste mandato, frisou Dulci, foi a afirmação do papel insubstituível do Estado para dinamizar o mercado interno, o papel do investimento público, não apenas para atender direitos sociais, mas para o fortalecimento da economia e o desenvolvimento.

Na avaliação do secretário-geral da Presidência, foi graças ao rompimento com a lógica da privatização e do desmantelamento do Estado, que os bons resultados começaram a aparecer.

"O governo Lula tem como saldo 102 mil empregos por mês, contra 8 mil por mês de FHC. O máximo que FHC disponibilizou para a agricultura familiar foi R$ 2,3 bilhões, contra R$ 10 bilhões do governo Lula, beneficiando 1,8 milhão de famílias, fazendo com que o setor seja responsável por 20% das exportações agrícolas brasileiras. Na questão da reforma agrária, as famílias assentadas pelo governo anterior eram jogadas na terra, sem água, luz, longe das estradas, sem assistência técnica, longe dos mercados consumidores”, acrescentou Dulci.

Segundo ele, 77% das famílias assentadas por FHC dependiam da cesta básica doada pelo governo para sobreviver.

Portal Mundo do Trabalho (www.cut.org.br)