O presidente da Nossa Caixa, Carlos Eduardo Monteiro, disse ontem que Jaime de Castro Júnior, ex-gerente de marketing do banco, tratava diretamente da publicidade da estatal com Roger Ferreira, ex-assessor de comunicação do governo de São Paulo. Esta versão é diferente da divulgada por Ferreira e também colide com a apresentada por Geraldo Alckmin, ex-governador de São Paulo e candidato à Presidência.Em nota divulgada anteontem, Ferreira disse que a Nossa Caixa "não tem nenhuma subordinação formal ou informal, no que se refere à comunicação, a nenhuma instância ou pessoa exterior à empresa".
Por sua vez, Alckmin disse, quando a Folha revelou que a Nossa Caixa beneficiava com propaganda seus aliados na Assembléia Legislativa, que "o governo do Estado não interfere em banco público" e que "o critério de distribuição da mídia do governo é eminentemente técnico".Monteiro contradiz a versão de Ferreira e Alckmin ao apresentar o decreto de número 43.834, de 1999. O decreto mostra que todo o plano de comunicação do banco deve ser submetido à Assessoria Especial de Comunicação do Estado, que era gerida por Ferreira.
Segundo Monteiro, que ontem deu entrevista a três jornais, o decreto estabelece que o plano de marketing do banco não precisava passar pela presidência do banco: "O relacionamento era do marketing com o Sicom, é outra coisa que está no decreto", afirmou. O Sicom é o Sistema de Comunicação do Governo do Estado de São Paulo, ligado a pasta que Roger Ferreira comandava. Monteiro também disse que não tinha "nem idéia de quais são [eram] os critérios" usados para a veiculação de publicidade. E acrescentou: "O que cabe à diretoria do banco? Aprovar as políticas gerais de propaganda. Não cabe a mim dizer onde colocar os anúncios"