Serra rasga promessa e entrega SP a ex-secretário de Pitta
O tucano José Serra rasgou nesta sexta-feira (31) o compromisso firmados duas vezes – verbalmente e por escrito - na campanha eleitoral de 2004, quanto prometeu caso, eleito, governar a cidade por 4 anos. Indiferente à palavra empenahda junto aos seus eleitores, Serra renunciou hoje ao cargo para disputar o governo de São Paulo no pleito deste ano. De quebra, entregou a cidade ao pefelista Gilberto Kassab, ex-secretário de Celso Pitta.
Como o governo do Estado também foi entregue ao PFL – com a saída de Geraldo Alckmin para disputar a presidência da República, assumiu o vice Cláudio Lembo -, o partido que mais representa a direita nacional agora vai ter controle sobre um orçamento R$ 98,5 bilhões (Estado mais município).
É a primeira vez que o PFL tem os dois principais cargos de São Paulo, embora o partido nunca tenham vencido uma eleição majoritária para tais postos. Muito pelo contrário: vitórias eleitorais relevantes, só tem duas, ambas para o Senado, e ambas com Romeu Tuma (em 1994 e 2002), quando estavam em disputa duas vagas.O poder do PFL em São Paulo agora supera sua força na Bahia, seu tradicional reduto e terra de uma das principais lideranças pefelistas, Antonio Carlos Magalhães. Tradicionalmente associado a Estados pequenos, sobretudo os do Nordeste, o PFL agora administra o maior Estado do país, com uma população estimada de 40,4 milhões de habitantes.O orçamento do Estado de São Paulo é o segundo maior orçamento do país, com R$ 81,3 bilhões, de acordo com a secretaria estadual de Planejamento. É cerca de 10% do orçamento deste ano da União, que soma R$ 803,3 bilhões, segundo a lei orçamentária de 2006 (sem incluir o financiamento da dívida do país).Já o orçamento da Prefeitura de São Paulo para 2006 é R$ 17,2 bi. É o quinto maior do país, ficando atrás somente dos orçamentos da União e dos Estados de SP, Minas Gerais (R$ 27 bi) e Rio Grande do Sul (R$ 19,5 bi). Os números são das leis orçamentárias de 2006.A receita da prefeitura paulistana supera a de Estados grandes, como as da Bahia (R$ 16,4 bilhões) e do Rio de Janeiro (R$ 15,9 bi em 2005). Cláudio Lembo fica no Palácio dos Bandeirantes até 31 de dezembro. Em janeiro de 2007, assumirá o governador a ser eleito em outubro. Já a gestão de Kassab será mais longa: até dezembro de 2008 - ano em que o pefelista também terá direito a disputar a reeleição.
Com informações da Folha Online.