Carta Capital:
Valerioduto tucano foi maior
Os tucanos mineiros Aécio Neves e Eduardo Azeredo
Na sua primeira edição do ano, a revista semanal Carta Capital destaca a autenticidade pela Polícia Federal (PF) do documento que estima em R$ 100 milhões os gastos do ex-governador tucano de Minas Gerais, Eduardo Azeredo, em 1998. O “resumo da movimentação financeira” está dividido em 11 tópicos. O primeiro deles relata que só a SMP&B e a DNA, agências do publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza, teriam movimentado R$ 53,8 milhões em favor do comitê de Azeredo. Uma parte substancial, quase R$ 11 milhões, teria sido desviada de empresas públicas ou recém-privatizadas à época, entre elas o Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge), a Cemig, a Copasa e a Loteria Mineira.
A matéria, assinada por Sergio Lirio, informa que o senador tucano Eduardo Azeredo terá de apresentar à CPI dos Correios novas e mais convincentes explicações sobre o tamanho do caixa 2 de sua campanha à reeleição ao governo de MG e sobre o quanto se envolveu diretamente na arrecadação. Entre o Natal e o Ano-Novo, contrariando as tentativas do PSDB de desqualificar a papelada entregue pelo lobista Nilton Monteiro no início de dezembro último, o Instituto de Criminalística da PF concluiu não haver indícios de fraude no principal documento repassado por Monteiro aos delegados em Brasília, três páginas que detalham as supostas fontes e os supostos destinatários de cerca de R$ 100 milhões angariados entre empresas públicas e privadas. A maior parte sem declaração ao Tribunal Regional Eleitoral.
O documento é assinado e rubricado por Cláudio Mourão, secretário de Administração de Minas Gerais durante o mandato de Azeredo e ex-tesoureiro da malsucedida campanha à reeleição. Segundo o laudo da PF, a assinatura e as rubricas são verdadeiras. Os peritos concluíram também que não existem sinais de fraude ou montagem na seqüência das páginas, registradas por Nilton Monteiro em um cartório de Belo Horizonte em meados do ano passado, conforme noticiou a Folha de S.Paulo em 29 de dezembro.
As empresas públicas, segundo Mourão, patrocinariam o "Enduro da Independência" - uma competição esportiva bancada pelo governo estadual. Em vez de aplicar os recursos na organização do evento, as empresas de Marcos Valério teriam desviado a maior parte dos valores para a campanha do governador.
Estatais
Para provar o desvio, Monteiro anexou ao “resumo” a programação de gastos de divulgação e organização do evento que, afirma, lhe foi repassada por Mourão. Os gastos ficaram bem abaixo da milionária conta final. Da papelada em poder da PF constam ainda cálculos do contador das empresas de Valério sobre os impostos relativos à movimentação financeira do Enduro. A partir dos cálculos contábeis, deduz-se que a organização do evento movimentou os cerca de R$ 53 milhões relacionados na primeira página do documento analisado pelos peritos federais.
Outra parte das contribuições ilegais teria vindo de companhias privadas, principalmente empreiteiras como a Queiroz Galvão, a Erkal, a CBN e a Tercam. O documento não especifica a quantia. Dos quase R$ 100 milhões supostamente arrecadados, apenas R$ 8,5 milhões foram declarados oficialmente pela campanha de Azeredo.
O publicitário não reconhece a movimentação. Por meio da assessoria de imprensa, Marcos Valério informou a revista que prestou às comissões parlamentares de inquérito (CPIs), ao Ministério Público (MP) e à PF todas as informações a respeito e que não havia nada a acrescentar.
Em depoimentos às CPIs, tanto Valério quanto Cláudio Mourão sustentaram versão semelhante: o empresário teria obtido no Banco Rural R$ 11 milhões em empréstimos e repassado à campanha de Azeredo. A garantia dos financiamentos vinha de contratos das agências DNA e SMP&B com órgãos do governo estadual. Os valores não foram declarados à Justiça eleitoral. Azeredo não reconhece a dívida. As empreiteiras negam as doações.
O documento indica ainda uma outra fonte e um dos supostos destinatários do caixa 2. A fonte seria o empresário Clésio Andrade, hoje vice-governador de Minas Gerais, candidato a vice na chapa de Azeredo e então sócio de Valério. Andrade teria doado por fora R$ 8,25 milhões à campanha. Ele nega a doação.
A matéria, assinada por Sergio Lirio, informa que o senador tucano Eduardo Azeredo terá de apresentar à CPI dos Correios novas e mais convincentes explicações sobre o tamanho do caixa 2 de sua campanha à reeleição ao governo de MG e sobre o quanto se envolveu diretamente na arrecadação. Entre o Natal e o Ano-Novo, contrariando as tentativas do PSDB de desqualificar a papelada entregue pelo lobista Nilton Monteiro no início de dezembro último, o Instituto de Criminalística da PF concluiu não haver indícios de fraude no principal documento repassado por Monteiro aos delegados em Brasília, três páginas que detalham as supostas fontes e os supostos destinatários de cerca de R$ 100 milhões angariados entre empresas públicas e privadas. A maior parte sem declaração ao Tribunal Regional Eleitoral.
O documento é assinado e rubricado por Cláudio Mourão, secretário de Administração de Minas Gerais durante o mandato de Azeredo e ex-tesoureiro da malsucedida campanha à reeleição. Segundo o laudo da PF, a assinatura e as rubricas são verdadeiras. Os peritos concluíram também que não existem sinais de fraude ou montagem na seqüência das páginas, registradas por Nilton Monteiro em um cartório de Belo Horizonte em meados do ano passado, conforme noticiou a Folha de S.Paulo em 29 de dezembro.
As empresas públicas, segundo Mourão, patrocinariam o "Enduro da Independência" - uma competição esportiva bancada pelo governo estadual. Em vez de aplicar os recursos na organização do evento, as empresas de Marcos Valério teriam desviado a maior parte dos valores para a campanha do governador.
Estatais
Para provar o desvio, Monteiro anexou ao “resumo” a programação de gastos de divulgação e organização do evento que, afirma, lhe foi repassada por Mourão. Os gastos ficaram bem abaixo da milionária conta final. Da papelada em poder da PF constam ainda cálculos do contador das empresas de Valério sobre os impostos relativos à movimentação financeira do Enduro. A partir dos cálculos contábeis, deduz-se que a organização do evento movimentou os cerca de R$ 53 milhões relacionados na primeira página do documento analisado pelos peritos federais.
Outra parte das contribuições ilegais teria vindo de companhias privadas, principalmente empreiteiras como a Queiroz Galvão, a Erkal, a CBN e a Tercam. O documento não especifica a quantia. Dos quase R$ 100 milhões supostamente arrecadados, apenas R$ 8,5 milhões foram declarados oficialmente pela campanha de Azeredo.
O publicitário não reconhece a movimentação. Por meio da assessoria de imprensa, Marcos Valério informou a revista que prestou às comissões parlamentares de inquérito (CPIs), ao Ministério Público (MP) e à PF todas as informações a respeito e que não havia nada a acrescentar.
Em depoimentos às CPIs, tanto Valério quanto Cláudio Mourão sustentaram versão semelhante: o empresário teria obtido no Banco Rural R$ 11 milhões em empréstimos e repassado à campanha de Azeredo. A garantia dos financiamentos vinha de contratos das agências DNA e SMP&B com órgãos do governo estadual. Os valores não foram declarados à Justiça eleitoral. Azeredo não reconhece a dívida. As empreiteiras negam as doações.
O documento indica ainda uma outra fonte e um dos supostos destinatários do caixa 2. A fonte seria o empresário Clésio Andrade, hoje vice-governador de Minas Gerais, candidato a vice na chapa de Azeredo e então sócio de Valério. Andrade teria doado por fora R$ 8,25 milhões à campanha. Ele nega a doação.
Lista com 140 nomes
O receptor teria sido o atual ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, então candidato a deputado federal. Segundo o documento, ele recebeu R$ 24,6 milhões, que teriam sido usado para fazer "pagamentos de despesas diversas". Ele também nega a informação.
Segundo a Carta Capital, nas páginas seguintes, entretanto, o documento contêm uma lista extensa de políticos de diferentes partidos supostamente beneficiados financeiramente pelo comitê de Azeredo. Parte desta relação havia sido entregue pelo próprio publicitário ao deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) em agosto do ano passado. As circunstâncias em que o parlamentar recebeu a lista - na garagem do Congresso e sem aviso aos demais membros da comissão -, entretanto, custaram o posto de vice-presidente da CPI da Compra de Votos.
A lista, aparentemente completa, traz o nome de 140 políticos. Por ordem, os partidos que mais teriam recebido auxílio foram o PTB (R$ 1,153 milhão), o PFL (R$ 1,364 milhão), PT (R$ 880 mil), o PPB (R$ 720 mil) e o PSDB (R$ 647 mil). Ao todo, os candidatos teriam recebido R$ 10,8 milhões. Entre eles, o atual governador de Minas, Aécio Neves, então candidato a deputado federal.
A revista pondera que apesar da confirmação da rubrica e da assinatura de Mourão, a lista de destinatários do caixa 2 é a parte mais controversa da documentação. Não há datas nem o detalhamento de como os recursos foram repassados.
Da Redação Com Carta Capital