SERRA, FHC , NO OLHO DO FURACÃO.
26/08/2005 - Bittar: Depoimento de Dantas poderá jogar luz sobre privatizações tucanas
A CPMI dos Correios marcou o depoimento do banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, para o dia 14 de setembro. Existe grande expectativa acerca do que ele terá a dizer sobre as denúncias de envolvimento no esquema de Marcos Valério de captação de recursos para partidos políticos. Mais do que isso, o deputado Jorge Bittar (PT-RJ) acredita que ele poderá “jogar luz” sobre o processo de privatizações ocorrido no governo Fernando Henrique Cardoso.
“Ele é uma figura polêmica, que esteve no centro de todo o processo de privatização de FHC, em fina articulação com o tucano Ricardo Sérgio, que foi diretor do Banco do Brasil (BB) e depois tesoureiro da campanha de José Serra ainda em 98, quando ele disputou o Senado”, afirmou Bittar. Graças à influência de Ricardo Sérgio, que tinha todo o controle da Previ, fundo de pensão dos funcionários do BB, Dantas conseguiu formar o pool de fundos de pensão para adquirir várias teles e, apesar de sócio minoritário, o Opportunity recebeu a delegação para gerenciá-las.
Duas companhias controladas por Daniel Dantas, a Telemig Celular e a Amazônia Celular, depositaram mais de R$ 150 milhões nas contas das agências de Marcos Valério. Bittar avalia que parte desse dinheiro pode ter sido usado para pagar despesas com publicidade, mas ele acredita que outra parte possa ter irrigado o esquema de pagamento de dívidas de campanha pelo caixa dois.
Pesa sobre Dantas a suspeita de que ele teria tentado fazer com que Marcos Valério intercedesse junto ao governo federal para convencer os fundos de pensão a vender ao Opportunity sua participação nas teles. “É certo que se ele tentou isso, quebrou a cara, porque os fundos estão ganhando essa disputa em todas as instâncias da Justiça, inclusive da Justiça americana e a Previ está prestes a assumir o controle”, afirmou o deputado petista.
Bittar acredita que a partir do depoimento de Dantas a CPMI poderá optar por buscar outras formas de descobrir a conexão entre o banqueiro, o publicitário Valério e o tesoureiro de Serra, Ricardo Sérgio. “Se for necessário a CPMI poderá quebrar sigilos bancários, telefônicos e fiscais para elucidar a origem desses recursos”, afirmou.
(www.informes.org.br)