O
pré-candidato do PSDB a presidente da República, Aécio Neves, concedeu uma
entrevista ao jornal espanhol El País. O tucano, como sempre, não disse nada
com coisa nenhuma e mais uma vez não apresentou quaisquer propostas de governo
e projeto de País para que a sociedade brasileira pudesse avalia-los e,
consequentemente, pensar em outra opção política que possa ocupar o espaço no
lugar do PT.
As
críticas de Aécio Neves ao Governo trabalhista são superficiais e vazias,
porque não passam de lugares comuns, além de não serem acompanhadas de
propostas que façam a maioria do eleitorado brasileiro ter esperança de
concretizar mudanças que viabilizem as expectativas de melhorar a qualidade de
vida e, por sua vez, termos um País mais justo e igualitário.
Acontece
que nos últimos 11 anos o PT de Lula e Dilma Rousseff realizou uma revolução
silenciosa e o País cresceu economicamente e socialmente que não se vida desde
os tempos de Getúlio Vargas, ressaltadas as devidas proporções, porque são eras
distintas, momentos históricos diferentes e realidades desconcertantes, pois o
Brasil de Lula e Dilma é um País industrializado, enquanto Getúlio foi o percussor
do desenvolvimento brasileiro, a começar pela industrialização e pelos direitos
trabalhistas.
A
entrevista do tucano Aécio Neves ao El País não chega a lugar algum, porque
para se chegar a um destino é necessário, antes de tudo, começar a jornada ou
simplesmente abrir a porta de saída. E isto, seguramente, o tucano
presidenciável não o fez. Então, vejamos. O que Aécio Neves quer dizer que “Os
próximos quatro anos serão muito duros para o Brasil” ou “Precisamos de um
governo rígido”.
Se
algumas pessoas consideram essas afirmativas vagas, eu não as considero. E vou
dizer por quê: quando o tucano fala em “governo rígido”, pois acredita que os
próximos quatro anos serão “muito duros” é porque ele, sub-repticiamente, aponta na direção do que os tucanos pensam sobre
economia e sociedade, o que já mostraram quando governaram o País na década de
1990.
Aécio em sua
entrevista fala aos banqueiros nacionais e internacionais, aos megaempresários
dos setores industriais e comerciais, aos governantes dos países ricos e,
sobretudo, à direita brasileira, que apesar de ter ganhado muito dinheiro
durante os mandatos dos governos trabalhistas, luta para que um dos seus
retorne ao poder e, por seu turno, retome as políticas de austeridade
econômica, que na verdade significam diminuir os investimentos do estado,
apertar o cinto dos trabalhadores brasileiros, continuar com as privatizações e
privilegiar os interesses dos ricos.
É o modus
operandi dos tucanos e das administrações do PSDB. Essa gente não tem jeito. Continua
a apostar no que não deu certo e por isso teve de ir ao FMI três vezes, de
joelhos e com o pires nas mãos, porque quebrou o Brasil três vezes. Os tucanos
do apagão energético que prejudicou o País durante 14 meses e do afundamento da
P-36, a maior plataforma de produção de petróleo no mundo cuja construção
custou US$ 350 milhões.
Governaram o
Brasil sem cuidados e zelo e o deixaram à deriva, porque a intenção era vender,
alienar o patrimônio público e atender aos interesses dos países ricos e do
mercado internacional de capitais. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso —
o Neoliberal I — quando saiu do Senado para se candidatar à Presidência da
República anunciou, em um discurso de conotação simbólica, que Era Vargas
estava no fim e que o estado nacional não deveria mais ser empresarial.
O tucano
quis dizer que a iniciativa privada tomaria as rédeas, os destinos do País, e
deu no que deu: a entrega das estatais, o desemprego e a inflação de índices
altos, a exclusão de milhões de brasileiros do consumo e do atendimento pelos
serviços públicos, como saúde e educação. FHC não construiu uma única escola
técnica e universidade federal, além de destruir os sistemas de controle
gerencial das empresas, pois insistiu em manter o câmbio fixo, além de ter zerado
as reservas internacionais no ano de 1998. E o que aconteceu? Respondo: o
Brasil quebrou novamente. Os tucanos são geniais, não são?
Anos depois,
Lula assume o País. O político trabalhista institui as reservas como política administrativa.
Realiza um forte contingenciamento nos primeiros anos de suas duas
administrações e efetiva um colchão de proteção que fez com País saísse do
atoleiro em que se encontrava. Paga a dívida externa, o Brasil se torna credor
do FMI e cria os PAC 1 e 2, que transformam o País em um canteiro de obras, de construções,
reformas e revitalizações da infraestrutura brasileira.
Além disso, Lula
criou inúmeros programas sociais que dignificaram o povo, porque o incluiu ao
invés de continuar a excluí-lo, como se fez durante séculos no Brasil, bem como
continuaram a fazê-lo os tucanos, aqueles que governam e governaram para os
ricos, porque querem um País VIP, para poucos e por isso nunca mais venceram
eleições presidenciais, mesmo com o apoio e a cooperação sistemática de
instituições conservadoras e elitistas como o STF e a PGR, além da cumplicidade
infame dos magnatas bilionários da imprensa de negócios privados.
Lula, por
intermédio de sua política econômica, fez o Brasil conquistar o Investment
Grade, baixou os juros para um dígito e pré-fixou os juros da dívida interna,
em real e não em dólar, o que, sem sombra de dúvida, deixou os jogadores do
mercado com ódio e até com vontade de derrubá-lo do poder. Todas essas ações
permitiram que as grandes empresas brasileiras se consolidassem no exterior.
Como
se observa, o socialista e trabalhista Lula entende mais de capitalismo dos que
se consideram os baluartes em defesa do capitalismo. A verdade é que os
neoliberais, tucanos ou não, apostam no capitalismo selvagem, na exploração por
si mesma e no sectarismo entre as classes sociais, pois a intenção é favorecer
os “bem nascidos”, os privilegiados e manter, a todo custo, o sistema de castas
imposto pelos inquilinos da Casa Grande, que sonham, ardentemente ou febrilmente,
com a volta da escravidão.
A
resumir: os governos trabalhistas de Lula e Dilma Rousseff mostraram,
inapelavelmente, o quanto os tucanos quando governaram foram irresponsáveis, fracassados,
incompetentes, entreguistas, colonizados, subservientes e portadores de um
imenso, gigantesco, incomensurável e inenarrável complexo de vira-latas. E
dessa forma também se conduzem e se comportam os coxinhas de classe média
porta-vozes da Casa Grande, eternos inconformados com a ascensão econômica e
social de 40 milhões de brasileiros que há séculos eram inquilinos da Senzala.
O
“presidenciável Aécio Neves já deu a senha em sua entrevista ao jornal espanhol
El País, que é esta: “Precisamos de um governo rígido”, ou seja, vão dar
prioridade às questões econômicas geradas pela frieza e impessoalidade dos
gabinetes, porque o que somente interessa aos neoliberais são números, índices
e gráficos, enquanto as questões humanas são relegadas a um segundo plano.
A
verdade é que sempre fez ajustes e levou as leis da economia a sério foram os
mandatários trabalhistas e que estão no poder sob a sigla do PT. Qualquer jornalista,
economista, historiador, sociólogo e político sério sabem dessa realidade e
verdade. Os tucanos governaram o Brasil no “limite da nossa irresponsabilidade”,
como advertiu certa vez, em 1998, o ex-diretor do Banco do Brasil, Ricardo
Sérgio o ex-ministro das Comunicações Luiz Carlos Mendonça de Barros, em
conversa telefônica cujo assunto era a participação dos fundos de pensão de
estatais na privatização da Telebrás. Os mesmos fundos usados um ano antes na
compra e venda da Vale do Rio Doce.
Entretanto,
Aécio se preocupa com o Bolsa Família, e o considera “enraizado”. O tucano
mineiro critica: "Mas para o PT ele (Bolsa Família) é um ponto de chegada,
enquanto para nós é um ponto de partida. O Brasil não pode viver exclusivamente
disso". Nada mais pueril e cínico a afirmativa de presidenciável do PSDB.
Para começar, os governos Lula e Dilma implementaram inúmeros programas, que
funcionam como uma rede de proteção social.
Bolsa
Família, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), Brasil
Alfabetizado e Educação de Jovens e Adultos, ProUni, Brasil Carinhoso, Luz para
Todos, Programa de Fomento às Atividades
Produtivas Rurais - Assistência
Técnica e Extensão Rural, Tarifa Social de
Energia Elétrica, Telefone Popular, Minha Casa, Minha Vida, Isenção de taxa para concursos públicos, Programa de Apoio à Conservação Ambiental - Bolsa Verde, Brasil sem Miséria, Rede Cegonha, dentre
outros, além da valorização e recuperação do salário mínimo, que passou a ser
tratado como política de estado e não apenas de governo.
Como
se percebe, tais programas são políticas de estado e têm a finalidade
de assegurar a sobrevivência de milhões de pessoas que estão em situação
de risco, vítimas da pobreza, da miséria e do descaso e violência das
nossas "elites" que durante séculos governaram o Brasil e não se deram
ao trabalho de distribuir terras e renda e, consequentemente, promover o
crescimento social daqueles que foram excluídos de gerações após
gerações. Quando se exclui, diminui-se as oportunidades de se ter uma
sociedade justa e democrática. E é exatamente isto que os ricos, os
poderosos e os direitistas não querem. Ponto!
Aécio
Neves tergiversa, manipula e distorce a verdade, a realidade e os fatos. O
tucano sabe o que diz, pois a intenção é criticar para almejar vitória na
corrida eleitoral. A verdade é que os tucanos estão desesperados, pois apesar
dos ataques diários da imprensa venal e alienígena aos governos trabalhistas,
os índices de aprovação da presidenta Dilma Rousseff nas pesquisas são altos e
preocupam os “donos” do establishment, que são os moradores da Casa Grande e
seus agregados e empregados pagos para defender o indefensável, o imponderável
e o injustificável, exemplificados em concentração de renda e de riqueza, que
se observa neste País ainda injusto e violento.
Contudo,
o tucano de Minas tem seus calcanhares de Aquiles, a exemplo do Mensalão
Tucano, do Trensalão Paulista, do Metrosalão Paulista e das privatizações,
essas inesquecíveis a todos os brasileiros que prezam o Brasil. Políticos
conhecidos do PSDB, como José Aníbal e Aloysio Nunes Ferreira são citados nos
escândalos cujas origens são as multinacionais Siemens e Alstom.
Por
sua vez, José Serra, Geraldo Alckmin e o falecido Mário Covas têm seus governos
duramente questionados quanto à corrupção acontecida no decorrer dessas administrações
neoliberais, que alienaram o patrimônio público do povo paulista e se dedicaram
a criar pedágios e a atender os interesses da pior imprensa mercantil do mundo:
a imprensa paulista, exemplificada em O Globo, TV Globo, TV Band, Folha,
Estadão, Veja e Época. Nada é pior. E nada é mais infernal e destrutivo. A
direita escravocrata brasileira em ódio e desencanto!
A entrevista de Aécio Neves ao El País é completamente
vazia, pois o pré-candidato do PSDB não apresenta propostas e muito menos se
compromete com o desenvolvimento e bem-estar do povo brasileiro. Ele, como todo
“bom” tucano, evita o assunto, porque vive em um mundo paralelo, de altos
negócios, compromissado com o empresariado e com os interesses dos países
hegemônicos, como os Estados Unidos. Aécio é a direita disfarçada de playboy e
um sorriso que a ninguém engana. Vai ser difícil parar para conversar com ele.
Aécio Neves distorce os fatos e manipula a realidade à luz de Lula e de seu
guru neoliberal cujo o nome é FHC. É isso aí.