Segundo o candidato do PT ao governo de São Paulo,
Alexandre Padilha, desde 2011, a Sabesp poderia ter ampliado a
capacidade dos mananciais do Alto Tietê se tivesse concluído o
enchimento da represa de Taiaçupeba --que hoje opera com cerca de um
terço de seu volume útil-- ao valor de R$ 35 milhões; “Não foi por falta
de dinheiro que obras estruturais não saíram do papel”, diz
247 – Diante da crise de abastecimento em São
Paulo, o candidato do PT ao governo do Estado, Alexandre Padilha,
critica a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Ela apresenta sua
solução para a questão: encher a represa de Taiaçupeba com a construção
de um sistema de bombeamento e da adutora para ligar o Rio Grande, na
represa Billings. Leia:
Obras estruturantes custariam o equivalente a três anos de lucros da
Sabesp. Não foi por falta de dinheiro que elas não saíram do papel
Falta água para os paulistas porque faltou humildade e sinceridade ao
atual governo de São Paulo para ouvir a oposição como alguém que deseja
o melhor para o seu Estado. Infelizmente, sempre que fiz críticas e
apresentei alternativas, elas foram classificadas de eleitoreiras. Mas,
se a metrópole de São Paulo está numa região de baixa disponibilidade
hídrica e o governo do PSDB tem feito o que é preciso para garantir
água, por que tanta torneira seca, virulência nas palavras e sofismas no
raciocínio?
Falta água porque há dez anos o atual governador assinou um
compromisso de, em 30 meses, executar um plano de obras. Mas nenhuma foi
executada no prazo e com a dimensão planejada pela Sabesp.
O PT sabe quais são as soluções, das mais urgentes até as mais
estruturantes. Desde 2011, a Sabesp poderia ter ampliado a capacidade
dos mananciais do Alto Tietê se tivesse concluído o enchimento da
represa de Taiaçupeba --que hoje opera com cerca de um terço de seu
volume útil-- ao valor de R$ 35 milhões. O volume armazenado desde então
garantiria o abastecimento de 3 milhões de pessoas durante um ano.
No final de 2013, o governo poderia ter iniciado a construção de um
sistema de bombeamento e da adutora para ligar o Rio Grande, na represa
Billings, com a represa de Taiaçupeba. Essa solução teria um custo bem
menor do que tirar água do Paraíba do Sul. E não colocaria em risco a
ampliação de investimentos e empregos no Vale do Paraíba.
Sobre as obras estruturantes, é preciso fazer os reservatórios de
Pedreira e Duas Pontes, no sistema PCJ (rios Piracicaba, Capivari e
Jundiaí). Existem estudos desde 2007, mas só em fevereiro foi assinado
um decreto de utilidade pública para futura desapropriação da área dos
reservatórios. Já o Sistema Produtor São Lourenço arrastou-se por seis
anos. Não fosse a lentidão, já deveria estar abastecendo a região
metropolitana com o correspondente a 15% do volume de água do
Cantareira. Isso agora só vai acontecer em 2018.
Ainda é preciso fazer os reservatórios de Piraí e Campo Limpo e o
Sistema Adutor PCJ. No total, são obras que custariam o equivalente a
três anos de lucros da Sabesp --não foi, portanto, por falta de dinheiro
que não saíram do papel.
Vale lembrar que quatro anos atrás, o PT já registrava em seu
programa de governo que o fornecimento de água potável era inadequado
para 600 mil pessoas na região metropolitana da capital. Eu, que era o
ministro de Lula responsável por receber projetos de governadores e
prefeitos, defendi reduzir a dependência do Cantareira.
Mas, no lugar de explicar sua inépcia, o PSDB tenta confundir os
argumentos. Eu nunca disse que a região da Grande São Paulo é abundante
em recursos hídricos, como já alegaram de forma distorcida. Tampouco
afirmei que a água que hoje enche a represa Billings resolveria o
problema da falta de água no Cantareira. O que sempre defendi é que para
chegar à torneira das pessoas é preciso planejamento, investimento e
obras.
Fazer as obras que o governo não fez, reduzir as perdas de água da
Sabesp, investir em soluções inovadoras e na preservação dos mananciais,
com compensações para os municípios que cuidam de áreas de proteção
--essas são as soluções que o PT defende em relação à água de São Paulo.
Lamentavelmente, o PSDB chama a isso de oportunismo.