09 julho 2014

Luiz Gushiken é homenageado com nome de avenida na zona sul de São Paulo

Ex-ministro das Comunicações de Lula e ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo foi escolhido para denominar via com extensão de 3,2 quilômetros no M'Boi Mirim



gushiken
Ex-ministro das Comunicações de Lula foi vítima de "assassinato de reputação" por parte da mídia
São Paulo – Avenida Luiz Gushiken. Esse deve ser o nome da nova via que fica na confluência da Estrada do M’Boi Mirim com a Rua Daniel Klein, até a Avenida Guido Caloi, no Distrito Jardim São Luis, zona sul da capital. A homenagem veio de projeto de lei do vereador Antonio Donato (PT), aprovado na última semana pela Câmara Municipal de São Paulo e que segue agora para sanção do prefeito Fernando Haddad (PT).

"Uma via para desafogar o trânsito e melhorar o acesso da população da zona sul, na região da estrada do M’Boi Mirim. Certamente, Gushiken, que dedicou sua vida à luta pelas causas dos trabalhadores e pelos menos favorecidos, estará muito contente com a homenagem", disse a presidenta do sindicato, Juvandia Moreira.

Com extensão de aproximadamente 3,2 quilômetros metros, a futura via faz parte do plano de melhoramento viário do Córrego da Ponte Baixa, compromisso firmado por Haddad durante a campanha eleitoral em 2012. Consiste na canalização e alargamento da avenida, além de outras benfeitorias, como uma ciclovia, e contou com recursos do governo federal e da prefeitura de São Paulo.

A aprovação do projeto se deu no mesmo dia em que parte do futuro complexo viário foi aberto ao trânsito. "Essa é uma justa homenagem a um grande brasileiro, que dedicou sua vida a lutar pela melhoria da vida do nosso povo. Ainda mais simbólico que seja batizando uma via de grande importância para São Paulo e que vai beneficiar a população mais pobre da zona sul da cidade", comentou Donato, logo após a aprovação do projeto.

Gushiken morreu em 13 de setembro, após lutar 12 anos contra um câncer. Presidiu o Sindicato dos Bancários e atuou ativamente contra a ditadura. Funcionário do Banespa, vendido ao Santander pelo governo de Mario Covas (PSDB), sucedeu Augusto Campos na direção da entidade, durante o processo de redemocratização do país, e comandou uma greve que paralisou 700 mil bancários.

Em 1986, elegeu-se deputado constituinte. Foi deputado federal por mais duas oportunidades e presidiu o PT em três ocasiões. Ex-ministro da Comunicação Social do governo Lula, travou ainda uma longa batalha contra a revista Veja, que o acusou sem provas de envolvimento no processo do mensalão. Foi absolvido, mas apenas após a sua morte, em março deste ano, a publicação foi condenada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a pagar aos familiares uma indenização de R$ 100 mil.