Contrariando discurso pessimista, Brasil realizou
Copa das Copas, com muita qualidade em organização, aeroportos
funcionando sem problemas e transporte público a contento; estádios
foram concluídos e não registraram qualquer incidente; manifestações
foram insignificantes; hospitalidade do brasileiro foi marcante; números
da economia bateram recordes, principalmente os relacionados ao setor
de turismo; país mostrou capacidade para sediar grandes eventos; sucesso
da Copa cria expectativas melhores para as Olimpíadas em 2016, no Rio
de Janeiro; presidente Dilma Rousseff garante que o país sediará os
jogos de 2016 "com a mesma competência e hospitalidade"
247 - Foram 31 dias de festa no país. O Brasil
viveu a Copa do Mundo da melhor maneira possível, angariando todos os
dividendos possíveis com o Mundial, que foi um sucesso inegável. Se para
a Seleção Brasileira, a semifinal foi o passo derradeiro, com uma
derrota fragorosa para a agora tetra campeã Alemanha, fora dos campos, a
correta organização da Copa foi notícia em todo o mundo. Confirmou-se
na prática o que a presidente Dilma Rousseff (PT) previu em discursos.
Sem dúvidas, foi a Copa das Copas.
Um dos saldos da Copa é o valor de R$ 142 milhões injetados na
economia entre 2010 e 2014. E a escolha das 12 cidades-sedes não foi à
toa: o objetivo era espalhar a riqueza para todas as regiões, com
desenvolvimento para comercio, indústria e serviços. Mais de 3,6 milhões
de pessoas circularam pelo Brasil, o dobro em comparação à Copa do
Mundo na África do Sul (2010). Apenas com visitantes, o país terá
retorno de, no mínimo, R$ 25 bilhões. Esse valor quita gastos do governo
federal em infraestrutura, mobilidade urbana e segurança feitos para
receber o evento e que ficarão como legado para população ao término
dele.
A competição atraiu cerca de 700 mil visitantes estrangeiros. Os
gargalos que se anunciavam como intransponíveis, especialmente nos
aeroportos, não ocorreram. Os jogos se deram de maneira pacífica. Os
poucos protestos foram esvaziados. A repercussão na mídia internacional à
receptividade oferecida pelos brasileiros aos visitantes foi em tudo
positiva para o Brasil. Mais de 3 bilhões de pessoas ao redor do mundo
assistiram às partidas. Numa enquete com mais de mil jornalistas
estrangeiros, a Copa foi considerada a melhor de todas as já realizadas
em termos de organização, empolgação e resultados esportivos.
Em termos de segurança, correu praticamente à perfeição. Torcedores
violentos ou foram impedidos de entrar no País já em seus países de
origem ou foram presos aqui. Numa operação elogiada pela famosa polícia
inglesa Scotland Yard, a polícia civil do Rio de Janeiro prendeu uma
quadrilha internacional de vendas de ingressos VIP que abalou a
estrutura da Fifa. Os jogos, sem exceção, não registraram incidentes.
Só para a cidade São Paulo, por exemplo, o retorno financeiro foi
superior a R$ 1 bilhão. O número de turistas no período ultrapassou os
500 mil, sendo 200 mil estrangeiros. Esses dados superaram as
expectativas criadas antes do início do Mundial, quando os órgãos
responsáveis acreditavam que São Paulo receberia cerca de 70 mil
turistas de outros países e que a Copa renderia aproximadamente R$ 700
milhões. A ocupação de hotéis teve média de 64%, subindo para 75% na
véspera e em dias de jogos.
CAPACIDADE DE SEDIAR GRANDES EVENTOS - Segundo o
ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, “a
Copa do Mundo confirma o Brasil como local com condições de organizar e
sediar grandes eventos internacionais, com democracia e participação
social”. Para Carvalho, o ganho de imagem e estímulo ao turismo são
resultados positivos da realização da Copa do Mundo. Segundo o ministro,
ao decidir sediar a Copa, o Brasil tinha ambição de mostrar ao mundo um
modelo de desenvolvimento com distribuição de renda, que tem uma
cultura de paz e uma política econômica que permite que o país cresça de
forma consistente, principalmente a renda dos trabalhadores, e uma
democracia que se desenvolve para efetiva participação da sociedade.
Diante do sucesso da Copa, até o o presidente do Comitê Olímpico
Internacional (COI), Thomas Bach, mudou o tom e elogiou o sucesso da
Copa. “Pudemos constatar que os preparativos já avançaram bastante, após
minha visita à presidenta [Dilma] Rousseff, poucos meses atrás, e
agradecemos o nítido compromisso da presidente com o sucesso dos Jogos,
ao dizer que o sucesso deles será uma grande prioridade para seu governo
a partir de segunda-feira [14]”, disse.
Depois de visitar na última semana as obras no Rio de Janeiro, Thomas
Bach classificou a Vila Olímpica de “fantástica”. “Ali será o coração
das Olimpíadas, o coração do Brasil, nesses dias de Jogos Olímpicos. O
que posso dizer é que a Vila Olímpica está mesmo fantástica, ficamos
muito empolgados com essa vila, o espaço que ela oferece, a vista que
proporciona, a proximidade com o Parque Olímpico. Lá, como em vários
outros [lugares], pudemos constatar grandes avanços”, afirmou.
DILMA: OLIMPÍADAS SERÃO COM "MESMA COMPETÊNCIA" -
Neste domingo (13), na entrega simbólica da Copa do Mundo para a Rússia,
momentos antes da partida final entre Alemanha e Argentina, a
presidente Dilma Rousseff destacou o Brasil pela organização do Mundial
2014 e enalteceu a hospitalidade do povo brasileiro com todos que vieram
ao país.
"Estou certa que todos os que vieram ao Brasil – delegações,
seleções, turistas – levarão de volta a experiência de ter conhecido um
belo país, feito por um povo carinhoso e receptivo, e onde impera a
diversidade. Nós, brasileiros, guardaremos a emoção e satisfação de ter
realizado um evento muito bem sucedido, uma Copa que só não foi perfeita
porque o hexacampeonato não veio", disse.
Ela demonstrou muito otimismo com as Olimpíadas, já fazendo convite,
em nome de todos os brasileiros, para retornarem ao país para o evento
daqui a dois anos. "Nós, brasileiras e brasileiros de todos os cantos
deste imenso e adorado País, convidamos todos a voltarem para as
Olimpíadas e Paraolimpíadas 2016, que sediaremos com a mesma competência
e hospitalidade dedicadas à Copa do Mundo", afirmou.