09 maio 2014

Planalto analisa Datafolha e vê recuperação de Dilma

CELSO JUNIOR: DILMA5 - BSB - DILMA EMBAIXADORES - 09/02/2011  - NACIONAL - A presidente Dilma Rousseff durante entrega de credenciais para novos embaixadores no Palacio do Planalto em Brasilia.
 FOTO: CELSO JUNIOR/AE
Números de nova pesquisa que mostra avanço da oposição e realização de segundo turno agradam staff da presidente; leitura é a de que Dilma Rousseff parou de cair e pode voltar a crescer; isso porque a avaliação do governo se estabilizou, o medo do desemprego caiu e a aumentou a crença sobre a redução da inflação; estrategistas veem "curva indicadora de recuperação" na melhoria das intenções de voto para Dilma nas cidades com mais de 500 mil habitantes; porcentuais semelhantes de rejeição aos três pré-candidatos demonstram, pela mesma ótica, dificuldades iguais para todos daqui para a frente; resumo, apurou 247, é de que copo da pesquisa está mais cheio do que vazio para a presidente

247 – A pesquisa Datafolha que mostrou o crescimento de quatro pontos para o presidenciável Aécio Neves e a projeção, por um ponto, de realização de segundo turno não tirou o humor do Palácio do Planalto. Ao contrário. Os estrategistas da presidente Dilma Rousseff avaliam que o levantamento traz uma série de boas notícias, tanto no detalhamento das intenções de voto e rejeição dos candidatos, como na leitura que pode ser feita por meio das expectativas da população a respeito da economia. A conclusão, apurou 247, é a de que, estabilizada agora, Dilma tem todas as condições para voltar a crescer em próximos levantamentos.
Entre os dados mais importantes da pesquisa, segundo integrantes do governo, estão o de que a expectativa da população é a de queda da inflação, manutenção do regime de emprego e, especialmente, permanência do atual estado de coisas tanto na vida pessoal, em particular, como na economia, em geral.
Essas informações estão contidas no trecho da pesquisa que mostra as respostas sobre o que os entrevistados preveem que irá acontecer com sua própria situação econômica: para 43%, vai melhorar; 12% disseram que irá piorar; e outros 41% disseram que deve ficar como está. Quanto à expectativa sobre a situação econômica do país, 26% responderam que vai melhorar, 28% manifestaram que vai piorar e, outra vez, 41% afirmaram achar que vai ficar como está.
- Ficar como está não é necessariamente uma resposta ruim para o governo, destacou um dos auxiliares de Dilma. "Ao contrário, pode ser visto como um sinal de confiança nos condutores do processo econômico, em última análise, o próprio governo".
EFEITO EM 'U' - Igualmente houve uma reflexão positiva, entre o staff de Dilma, sobre a perda de pontos que ela experimentou em cidades pequenas e, ao mesmo tempo, o crescimento do nome da presidente em municípios com mais de 500 mil habitantes. O Datafolha mostra que a presidente, em abril, tinha 48% das intenções de voto em cidades com até 50 mil habitante, recuando para 44% agora. Porém, Dilma subiu de 31% para 34% nos municípios maiores.
- O efeito simultâneo de queda nos municípios pequenos e de subida nos grandes é a curva indicadora" mais clara do movimento de recuperação de Dilma, acredita uma fonte palaciana. "O chamado efeito em 'U' (baixa nos pequenos e subida nos grandes) sempre demonstra que a transmissão de carga negativa está se dissolvendo, porque isso começa nas grandes cidades e se espraia para as pequenas, e não o contrário".
O quadro, nesse quesito, estaria preocupante para o governo se estivesse se dando o chamado efeito em 'O', que define um círculo vicioso ruim nas pontas, que se uniriam no pessimismo.
A rejeição semelhante dos três candidatos – 35% para Dilma, 34% em Eduardo Campos e 31% para Aécio Neves - é outro elemento objetivo para a conclusão de que não será fácil, de agora em diante, haver grandes oscilações nos levantamentos, com, por exemplo, uma disparada de um dos oposionistas e uma queda livre para a presidente Dilma. Para essa certeza, entre os estrategistas, se soma o dado de que Dilma, no geral, perdeu apenas um ponto percentual em relação ao último Datafolha, contra quedas de seis pontos nos últimos levantamentos.
- A oscilação de Dilma ocorreu dentro da margem de erro, o que claramente mostra uma estabilização, acredita um dos membros do comando presidencial. "São, assim, 35 dias em que a avaliação do governo parou de oscilar".