22 maio 2014

Padilha: Precisamos de UPPs nas cadeias de SP

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Pré-candidato a governador pelo PT, ex-ministro afirmou que PCC fez dos presídios paulistas seu escritório administrativo e propôs integração de dados das polícias; "No Rio de Janeiro, foi necessário instalar as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) para retomar territórios que estavam perdidos para o tráfico. Aqui, precisamos de UPPs dentro das cadeias", afirmou
por Redação Rede Brasil Atual
São Paulo – O pré-candidato a governador pelo PT, Alexandre Padilha, participou da edição de terça-feira do Contraponto, programa de entrevistas para a web produzido pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo e do Centro de Estudos da Mídia Independente Barão de Itararé. O ex-ministro das Relações Institucionais (2009-2010) e da Saúde (2011-2014) conversou por uma hora e meia com os blogueiros Paulo Henrique Amorim, Eduardo Guimarães, Altamiro Borges e Renato Rovai, além de Diego Sartorato, da RBA, com a intermediação do jornalista Paulo Salvador. Os temas abordados foram gestão das águas, segurança pública, políticas regionais para as regiões metropolitanas, democratização das comunicações e as movimentações políticas das eleições neste ano.
"Hoje, os presídios de São Paulo são os escritórios administrativos do PCC [Primeiro Comando da Capital, facção do crime organizado dominante no estado]. No Rio de Janeiro, foi necessário instalar as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) para retomar territórios que estavam perdidos para o tráfico. Aqui, precisamos de UPPs dentro das cadeias", afirmou, ao analisar o estado do sistema prisional em São Paulo, onde detentas femininas precisam pagar mensalidade à facção e manter boas relações com as lideranças para ter direito a produtos de higiene básica, como absorventes, dentro da cadeia.
Padilha afirmou ainda que o PT, caso venha a governar São Paulo em 2015, pretende unificar os bancos de dados das polícias Civil e Militar, e promover uma forma de trabalho com foco na investigação de crimes. Para o transporte, Padilha voltou a defender a substituição do cartão de ônibus intermunicipal, o BOM, pelo Bilhete Único. "Isso pode ocorrer inclusive com os cartões municipais. Assim, o trabalhador que paga R$ 15 em tarifas diferentes para se deslocar vai poder pagar uma passagem que sirva de ", afirmou.
Em relação à crise hídrica pela qual passa o estado, Padilha ponderou que, embora a estiagem seja um fenômeno climático, a falta d'água é responsabilidade da administração de Geraldo Alckmin (PSDB), que, em 2004, quando renovou a outorga do sistema Cantareira, não deu andamento às obras exigidas pelo Departamento de Água e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) e pela Agência Nacional de Águas (ANA).