
Pré-candidato a governador pelo PT, ex-ministro
afirmou que PCC fez dos presídios paulistas seu escritório
administrativo e propôs integração de dados das polícias; "No Rio de
Janeiro, foi necessário instalar as Unidades de Polícia Pacificadora
(UPPs) para retomar territórios que estavam perdidos para o tráfico.
Aqui, precisamos de UPPs dentro das cadeias", afirmou
por Redação Rede Brasil Atual
São Paulo
– O pré-candidato a governador pelo PT, Alexandre Padilha, participou
da edição de terça-feira do Contraponto, programa de entrevistas para a
web produzido pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo e do Centro de
Estudos da Mídia Independente Barão de Itararé. O ex-ministro das
Relações Institucionais (2009-2010) e da Saúde (2011-2014) conversou por
uma hora e meia com os blogueiros Paulo Henrique Amorim, Eduardo
Guimarães, Altamiro Borges e Renato Rovai, além de Diego Sartorato, da
RBA, com a intermediação do jornalista Paulo Salvador. Os temas
abordados foram gestão das águas, segurança pública, políticas regionais
para as regiões metropolitanas, democratização das comunicações e as
movimentações políticas das eleições neste ano.
"Hoje, os presídios de São Paulo são os escritórios administrativos
do PCC [Primeiro Comando da Capital, facção do crime organizado
dominante no estado]. No Rio de Janeiro, foi necessário instalar as
Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) para retomar territórios que
estavam perdidos para o tráfico. Aqui, precisamos de UPPs dentro das
cadeias", afirmou, ao analisar o estado do sistema prisional em São
Paulo, onde detentas femininas precisam pagar mensalidade à facção e
manter boas relações com as lideranças para ter direito a produtos de
higiene básica, como absorventes, dentro da cadeia.
Padilha afirmou ainda que o PT, caso venha a governar São Paulo em
2015, pretende unificar os bancos de dados das polícias Civil e Militar,
e promover uma forma de trabalho com foco na investigação de crimes.
Para o transporte, Padilha voltou a defender a substituição do cartão de
ônibus intermunicipal, o BOM, pelo Bilhete Único. "Isso pode ocorrer
inclusive com os cartões municipais. Assim, o trabalhador que paga R$ 15
em tarifas diferentes para se deslocar vai poder pagar uma passagem que
sirva de ", afirmou.
Em relação à crise hídrica pela qual passa o estado, Padilha ponderou
que, embora a estiagem seja um fenômeno climático, a falta d'água é
responsabilidade da administração de Geraldo Alckmin (PSDB), que, em
2004, quando renovou a outorga do sistema Cantareira, não deu andamento
às obras exigidas pelo Departamento de Água e Energia Elétrica de São
Paulo (DAEE) e pela Agência Nacional de Águas (ANA).