Presidente Dilma Rousseff (PT) aproveitou o
pronunciamento, em cadeia nacional, nesta quarta (30), pelo Dia do
Trabalhador, para partir para o ataque e assim se reafirmar candidata;
ela fez uma ampla defesa do seu governo, justificou o reajuste da tarifa
da energia elétrica, reafirmou o controle da inflação e a política de
valorização do salário e reforçou sua posição em relação a Petrobras;
Dilma anunciou ainda um reajuste de 10% no Bolsa Família e correção na
tabela do Imposto de Renda; "Junto com vocês, vamos continuar fazendo
todas as mudanças que forem necessárias para melhorar a vida dos
brasileiros"
247 - A presidente Dilma Rousseff (PT)
aproveitou o pronunciamento, em cadeia nacional, na noite desta
quarta-feira (30), em referência ao Dia do Trabalhador, para fazer uma
ampla defesa do seu governo, justificar o reajuste da tarifa da energia
elétrica, reafirmar o controle da inflação e reforçar sua posição em
relação a Petrobras.
Ela também destacou os Pactos pela Nação, que formulou no ano
passado, após a onda de protestos que aconteceu no país, e voltou a
defender a reforma política com a participação de toda a sociedade.
Dilma anunciou ainda um pacote de medidas voltadas aos trabalhadores que
incluem reajuste de 10% no Bolsa Família e correção na tabela do
Imposto de Renda.
Numa fala com forte apelo aos trabalhadores –em vez de dirigir-se à
população com "meus queridos brasileiros e brasileiras" ou "meus amigos e
minhas amigas", diz "trabalhadores e trabalhadoras"–, a presidente
defendeu sua política de valorização do salário mínimo e atacou também a
oposição.
Ela anunciou o envio de medida provisória ao Congresso que modifica a
tabela do Imposto de Renda –nos últimos anos, a correção tem sido de
4,5%. "Assinei também um decreto que atualiza em 10% os valores do Bolsa
Família recebidos por 36 milhões de brasileiros beneficiários do
programa Brasil sem Miséria, assegurando que todos continuem acima da
linha da extrema pobreza definida pela ONU", disse Dilma.
Alvo de embate com adversários, a política de valorização do salário
mínimo, por sua vez, foi usada como arma para contra-atacá-los. Dilma
respondeu veladamente a série de críticas disparadas sobretudo pelo
pré-candidato Aécio Neves (PSDB-MG), seu principal adversário na corrida
ao Planalto neste ano. "Algumas pessoas reclamam que o nosso salário
mínimo tem crescido mais do que devia. Para eles, um salário mínimo
melhor não significa mais bem estar para o trabalhador e sua família,
dizem que a valorização do salário mínimo é um erro do governo e, por
isso, defendem a adoção de medidas duras, sempre contra os
trabalhadores", disse.
"Nosso governo nunca será o governo do arrocho salarial, nem o
governo da mão dura contra o trabalhador", continuou a presidente.
"Nosso governo será sempre o governo da defesa dos direitos e das
conquistas trabalhistas, um governo que dialoga com os sindicatos e com
os movimentos sociais e encontra caminhos para melhorar a vida dos que
vivem do suor do seu trabalho", complementou.
Ao falar claramente das questões envolvendo a Petrobras, Dilma
defendeu o "combate incessante e implacável" à corrupção, citando o
trabalho da Polícia Federal e da Controladoria Geral da União. "Sei que a
exposição desses fatos causa indignação e revolta a todos, seja a
sociedade, seja o governo, mas isso não vai nos inibir de apurar mais,
denunciar mais e mostrar tudo à sociedade, e lutar para que todos os
culpados sejam punidos com rigor", disse.
A presidente também condenou o que chamou de uso político da
Petrobras –desta vez, por parte de seus adversário, que, outra vez, não
citou nominalmente. "Não vou ouvir calada a campanha negativa dos que,
para tirar proveito político, não hesitam em ferir a imagem dessa
empresa que o trabalhador brasileiro construiu com tanta luta, suor e
lágrimas."
"O Brasil já passou por isso no passado e os brasileiros não aceitam mais a hipocrisia, a covardia ou a conivência", afirmou.
"Por isso a Petrobras jamais vai se confundir com atos de corrupção
ou ação indevida de qualquer pessoa. Não podemos permitir, como
brasileiros que amam e defendem seu país, que se utilize de problemas,
mesmo que graves, para tentar destruir a imagem da nossa maior empresa",
completou.
A presidente afirmou que garante que tem "força para continuar na
luta pelas reformas mais profundas que a sociedade brasileira tanto
precisa" e que o governo "tem o signo da mudança". "Junto com vocês,
vamos continuar fazendo todas as mudanças que forem necessárias para
melhorar a vida dos brasileiros, especialmente dos mais pobres e da
classe média", continuou.
"Se hoje encontramos um obstáculo, recomeçamos mais fortes amanhã,
porque para mim as dificuldades são fonte de energia e não de desânimo",
disse. "Se nem tudo ocorre no tempo previsto e desejado, isso é motivo
para acumular mais forças, para seguir adiante e, em seguida, mudar mais
rápido. É assim que se vence as dificuldades, é assim que se vai em
frente. Temos um lado, o lado do povo", ressaltou.