Em entrevista ao 247, o ex-ministro
Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, afirma
que São Paulo chegou ao Dia Mundial da Água numa situação de grave
escassez em razão da "incapacidade" e da "falta de planejamento" do
governo de São Paulo; Padilha apontou também "falta de sinceridade" de
Geraldo Alckmin no trato do problema; "enquanto negavam a possibilidade
de racionamento, avisavam alguns municípios importantíssimos, como
Guarulhos, que o fornecimento seria interrompido na véspera"; neste
domingo, depois de percorrer a Baixada Santista com sua caravana,
Padilha participa de um debate sobre a água; "precisamos de soluções
estruturantes", diz
247 - Neste Dia
Mundial da Água, o ex-ministro Alexandre Padilha, pré-candidato do PT
ao Palácio dos Bandeirantes, falou com exclusividade ao 247 sobre a
grave crise de abastecimento que atinge várias cidades de São Paulo.
"Infelizmente, São Paulo chegou a essa situação por absoluta
incapacidade gerencial e falta de planejamento do governador atual", diz
Padilha. "E não foi por falta de alertas".
Padilha lembra que, em 2004, quando
foi renovada a outorga da Sabesp, diversos especialistas já advertiam as
autoridades do governo estadual sobre a precariedade do sistema
Cantareira e a alta dependência da Região Metropolitana de São Paulo
deste manancial. "O que foi feito de lá prá cá? Nada", diz Padilha.
O ex-ministro também lembra que não
há escassez de recursos. "No ano passado, a Sabesp lucrou mais de R$ 2
bilhões", afirma. No entanto, os ganhos de curto prazo, diz ele, nem
sempre compensam. "As ações da empresa estão desabando em razão da crise
de abastecimento", diz ele.
Padilha também atribui ao governador
Geraldo Alckmin falta de sinceridade no trato da crise. "Enquanto o
governo estadual negava o racionamento, várias cidades importantíssimas,
como Guarulhos, já vinham tendo cortes de fornecimento", diz ele. "E o
pior: eram avisadas na véspera dos cortes".
O candidato também comentou a
possível interligação do sistema Cantareira com o Rio Paraíba do Sul –
iniciativa proposta por Alckmin e que enfrenta forte resistência do
governador fluminense Sergio Cabral. "Sou favorável a qualquer ação que
melhore o abastecimento de água em São Paulo, desde que outras regiões
do estado, também saturadas, não sejam afetadas".
A crise da água significa então que
este tema será a prioridade zero de Padilha, caso seja eleito
governador? "A prioridade zero será liderar o estado em todas as áreas,
não apenas no que diz respeito ao abastecimento de água e o tratamento
de esgoto, mas também a ampliação do metrô e o combate à insegurança",
afirma.
Neste sábado, com sua caravana
Horizonte Paulista, Padilha percorreu a Baixada Santista. À noite, ele
participa de um seminário, em São Paulo, onde especialistas discutirão
saídas para a crise no abastecimento de água em São Paulo. "Vamos buscar
soluções estruturantes", afirma.