Jornalista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo, lembra que "cortesia é um dos itens exigidos no manual"; diz o texto: "Impõe-se ao magistrado a utilização de linguagem escorreita, polida, respeitosa e compreensível"
247 - O presidente do STF, Joaquim Barbosa, está "rasgando" o código de ética dos magistrados, afirma o jornalista Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo. Em artigo publicado em seu site, ele lembra que o Supremo tem um código de conduta, não seguido por Barbosa, uma vez que este exige "a utilização de linguagem escorreita, polida, respeitosa e compreensível". Na última sessão da corte, o ministro acusou o colega Ricardo Lewandowski de fazer "chicana" e recusou se retratar.
Leia abaixo:
Joaquim Barbosa está rasgando o código de ética dos magistrados
De tanto ver absurdos no Supremo, me perguntei se não haveria um código de conduta.
Coisas assim me intrigaram: a) Fux ter relações estreitas com um grande escritório de advocacia; b) Joaquim Barbosa pagar uma viagem para uma jornalista do Globo cobrir uma palestra irrelevante sua na Costa Rica. O detalhe é que o avião usado para a boca livre barbosiana foi o da FAB; c) Gilmar Mendes num cargo tão vital mesmo sendo, como disse certa vez Eliane Cantanhêde, "muito tucano"; Ayres Britto tão ligado a jornalistas – dos quais deveria manter distância olímpica, em nome da justiça e do recato — a ponto de escrever o prefácio de um livro de Merval Pereira.
Poderia listar outras coisas, mas vou poupar a paciência do leitor.
Pesquisei, e para relativa surpresa minha descobri que sim, existe um manual de conduta.
Não é ruim, desde que seja seguido.
Dada a atitude destrutiva e desagregadora de JB, tão brutalmente exposta em sua agressão a Lewandowski, um ponto me chamou a atenção.
Reproduzo-o:
"CORTESIA
O magistrado tem o dever de cortesia para com os colegas, os membros do Ministério Público, os advogados, os servidores, as partes, as testemunhas e todos quantos se relacionem com a administração da Justiça.
Parágrafo único. Impõe-se ao magistrado a utilização de linguagem escorreita, polida, respeitosa e compreensível."
Ou Joaquim Barbosa desconhece o manual ou o despreza. É um exemplo tenebroso que o presidente da mais alta corte passa aos integrantes do sistema judiciário nacional. Quem não se lembra da forma como ele se dirigiu a um repórter do Estadão que lhe fez uma pergunta diferente das louvaminheiras que jornalistas da Veja e da Globo costumam lhe fazer?
JB vai se assemelhando, cada vez mais, ao alienista de Machado de Assis. Acha que o problema está em todo mundo quando, na verdade, ele é o problema.