247 – O pouco de prestígio que José Serra ainda
gozava no PSDB paulista começa a se desfazer com a derrota do vereador
Andrea Matarazzo na eleição para presidente municipal do partido em São
Paulo. Aliado do ex-governador, o até então favorito para o posto
retirou sua candidatura acusando três secretários de Estado tucanos de
terem usado a máquina do governo Geraldo Alckmin para influenciar o
resultado da disputa.
“Retirei minha candidatura porque seria derrotado por três
secretarias. A força desses três secretários teria me derrotado”,
afirmou Matarazzo sem citar diretamenta os nomes de José Aníbal
(Energia), Bruno Covas (Meio Ambiente) e Julio Semeghini (Planejamento).
O nome escolhido foi o do ex-deputado Milton Flávio, que é subordinado a
Aníbal na Secretaria de Energia.
Em âmbito nacional, Serra foi isolado desde que o ex-presidente FHC
declarou apoio prematuro à campanha do senador mineiro Aécio Neves à
presidência em 2014. Desde então, crescem rumores de que deixe o PSDB
para integar a fusão do PPS com o PMN. Roberto Freire nunca negou o
desejo de ver Serra e Eduardo Campos, governador de Pernambuco (PSB)
juntos no palanque de 2014.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, diz que o rumor é sem
procedência e o afaga em elogios: "Ele é fundador do partido, uma das
grandes lideranças, um dos melhores quadros da política brasileira".
No entanto, desde que se tornou mestre de cerimônias do mineiro para
conquistar os partidários paulistas, Alckmin perdeu credibilidade como
defensor de Serra. Seu temor é que outros serristas toquem uma debandada
da sigla na capital, a exemplo do que houve em 2011, quando seis
vereadores trocaram o PSDB pelo PSD, do ex-prefeito Gilberto Kassab. O
destino também seria a nova sigla de Roberto Freire.