Marco Damiani _247 – Não fosse o contexto
político, poderia se dizer que Paulo Okamotto, em diálogo com 247 na
segunda-feira 21, teve uma premonição.
- O tiroteiro contra Lula não tem hora para acabar, disse ele no
saguão do Hotel Mercure, em São Paulo. No dia seguinte, editorial do
jornal Folha de S. Paulo “Cacique Lula” criticou duramente disposição do
ex-presidente de se somar à articulação política da base aliada do
governo da presidente Dilma Rousseff. O colunista Augusto Nunes, de
Veja, vinte e quatro horas depois, chamou Lula de "co-presidente". E no
dia seguinte, a sede do Instituto Lula foi invadida por trabalhadores
Sem Terra ligados ao PSOL.
Pela direita, centro e, agora, até mesmo pela esquerda, Lula não tem
nem terá, como reconhece o ex-metalúrgico Okamotto, o menor sossego.
- Isso é facilmente explicável, avalia o presidente do Instituto.
Lula é a maior referência da política nacional. Ele tem um campo
ideológico definido e uma posição de força, baseada em sua popularidade,
nos votos que já teve, na sua história. Os adversários nunca irão
aceitá-lo.
Jornalistas se aproximaram e a conversa continuou a correr. Okamotto,
então, fez a sua própria avaliação do papel da imprensa nas críticas a
Lula.
- Será que os jornais não irão reconhecer o seu próprio fracasso nos
ataques a Lula? Esse tiroteiro todo de nada tem adiantado. Batem, batem,
mas Lula continua popular e seguindo sua trajetória. Quando eles irão
reconhecer que estão no caminho errado?
O presidente do Instituto Lula parece ter assimilado as denúncias
feitas pelo publicitário Marcos Valério, segundo as quais ele, Okamotto,
tinha conhecimento de que contas pessoais do então presidente Lula eram
pagas pelo esquema do Valérioduto.
- O sr vai fazer uma interpelação judicial para esclarecer isso?, perguntou 247.
- Não, isso custaria um dinheirão, não vale a pena. Esse é mais um assunto que faz parte da luta política.
Questionado quem, afinal, o grupo político mais próximo a Lula
apoiará na eleição presidencial de 2014, o bem humorado Okamotto saiu-se
com a seguinte:
- Dilminha, nossa candidata é a Dilminha!