Delúbio Soares (*)
O turismo é uma das faces da paz. Povos que se visitam, milhões de
pessoas que percorrem novas terras e adquirem conhecimentos que expandem o
saber humano. Seja qualquer tipo de turismo - o de negócios, o de estudos,
o de mera recreação - e os que o fazem estabelecem insuperável intercâmbio
entre as Nações, a cultura dos povos e seus valores históricos.
O Brasil é
dos mais belos países e seu povo, de inestimável valor, tem recebido com imensa
hospitalidade todos os turistas que nos visitam vindos dos cinco
continentes. Mesmo que durante décadas não tenhamos tido uma política de
turismo definida, a força de nossa cultura, a simpatia de nossa gente, a beleza
do extenso território e a riqueza de uma culinária celebrada, compensaram o
descaso oficial para com aquela é que uma das maiores indústrias do planeta:
indústria sem chaminés, não poluente, auto-sustentável e poderosa geradora de
riqueza.
Com o
estabelecimento de uma verdadeira política turística para o
Brasil, fruto da gestão do presidente Lula, o setor passou a viver um
ciclo virtuoso: mais apoio, atenção e incentivos por parte do Governo Federal
para que ele se desenvolvesse no mesmo ritmo de um país que estava quebrado em
2003 e em 2012 já é a sexta economia mundial.
Nada foi
poupado para que os que investem e trabalham no turismo em nosso país pudessem
continuar dando o melhor de si e impulsionando o crescimento de uma indústria
de força impressionante, que gera milhões de empregos e movimenta a
economia nacional. Com Lula, o Brasil se tornou o principal destino do mercado
turístico internacional na América do Sul, e passou a ocupar o segundo lugar
dentre todos os países latino-americanos em termos de fluxo de turistas
internacionais. Em fins da década passada, o turismo já era o responsável por
mais de 4% das receitas advindas da exportação de bens e serviços, e em 2005,
por exemplo, ele gerou mais de 7% dos empregos diretos e indiretos na economia
brasileira.
O turismo
doméstico passou a representar uma parcela fundamental do setor, contabilizando
bem mais de 50 milhões de viagens anualmente. A receita direta gerada pelo
turismo interno, em números de 2010, chegou a expressivos US$ 33
bilhões – quase seis vezes mais do que é captado pelo país em relação ao
turismo estrangeiro! Isso só foi possível pela inclusão social e econômica de
mais de 40 milhões de brasileiros, que deixaram as classes D e E e passaram a
exercer sua cidadania plena, incluindo aí o consumo, a educação, a melhoria nas
condições gerais de vida e, também, a fazer turismo. O turismo deixou de ser
“coisa de rico” para dezenas de milhões de brasileiros: obra do
governo Lula.
Nossas
empresas aéreas nunca transportaram tantos passageiros em suas rotas
domésticas, adquirindo centenas de novas aeronaves e ampliando seus
serviços para mais destinos no território nacional. Nossa estrutura
aeroportuária tem sido ampliada de forma recorrente, inclusive com a chegada do
capital privado à administração de aeroportos vitais como os de Guarulhos,
Viracopos e Natal, dentre outros. A proximidade da realização tanto da Copa do
Mundo de Futebol quando das Olímpiadas do Rio de Janeiro, tem exigido que os
setores turístico, aeronáutico e de prestação de serviços, dentre muitos
outros, corram contra o relógio e respondam positivamente à grande demanda que
já se faz sentir.
A hotelaria
brasileira dá mostras de enorme vitalidade com a construção de mais e mais
empreendimentos. Tanto nas capitais como o Rio de Janeiro, Fortaleza e Belo
Horizonte, dentre outras mais de todas as regiões, quanto em destinos
turísticos importantíssimos de nosso interior, como o Pantanal (MT e MS), Foz
do Iguaçú (PR), Caldas Novas (GO) e toda a Amazônia, no mesmo intenso ritmo em
que a gastronomia brasileira abre mais portas e conquista os turistas e o mundo
com nossos sabores e a simpatia e talento dos que trabalham na área. Não são
poucos, ao contrário, são milhares os novos hotéis que estão sendo
construidos com o apoio de linhas de crédito e financiamentos oficiais,
tanto do BNDES, quanto do Banco do Brasil e demais entidades oficiais de
crédito ou fundos de fomento econômico. Nunca a indústria hoteleira viveu fase
tão rentável quanto agora, depois da arrancada e consolidação durante o governo
Lula e agora se expandindo com Dilma, continuadora de sua obra. E podemos o
mesmo para a aviação, a gastronomia, os prestadores de serviços, as empresas de
turismo, as linhas de ônibus interestaduais e todos que que constituem essa
indústria economicamente poderosa e de trabalho incessante.
Existem
algumas lacunas a serem preenchidas para que a o sucesso de nossa indústria do
turismo seja ainda maior. Segundo o “Índice de Competitividade em Viagens e Turismo” (TTCI), as principais deficiências do setor
turístico brasileiro ainda são a pequena competitividade de seus preços (91º
lugar), na infra-estrutura do transporte terrestre (110º lugar), e na segurança
pública (130º lugar dos 133 países avaliados). São números de 2009 e já
apresentam consideráveis alterações para melhor, mostrando que o ‘trade’ turístico vem dando respostas
positivas à crescente demanda doméstica e internacional por seus serviços, que
se tornam mais atraentes quando competem com destinos internacionais baseados
na equação ‘bom serviço/preço justo’.
Hoje o
Brasil é o sétimo maior destino de eventos internacionais, atrás apenas dos
Estados Unidos, Alemanha, Espanha, França, Reino Unido e Itália. E as previsões
de especialistas na área são de que, com a crise européia e nossa excelente
situação econômica, devemos galgar mais algumas posições e rivalizar
diretamente com os Estados Unidos e Alemanha na captação de congressos e
eventos de grande importância mundial.
O Brasil
está fazendo sua parte ao encarar o turismo como uma das maiores indústrias de
nosso tempo, geradora de riquezas e promotora do desenvolvimento das Nações e
da paz mundial.
(*) Delúbio
Soares é professor
companheirodelubio@gmail.com