16 abril 2012

Esquema Cachoeira atuou também no caso Lunus



 Esquema Cachoeira atuou também no caso Lunus

Tucanos se agitam: querem saber se Carlos Cachoeira vai entregar, na CPMI, que foi também um dos autores da denúncia contra Roseana Sarney em 2002; José Serra é tido por muitos como o mentor intelectual do escândalo

247 – No início de 2002, o antigo PFL havia encomendado ao publicitário Nizan Guanaes que produzisse diversos filmes sobre Roseana Sarney. O resultado parecia promissor: a filha de José Sarney começava aparecer como alternativa real à sucessão de Fernando Henrique Cardoso. Assim como decolou, o balão de Roseana despencou. O motivo foi uma denúncia estampada nas páginas da revista Época, com fotos de uma pilha de dinheiro que havia sido apreendida na empresa Lunus, em São Luís do Maranhão. Neste domingo, surgiram indícios consistentes de que o esquema do bicheiro Carlos Cachoeira também agiu para implodir a candidatura Roseana. Tucanos graúdos têm agido nos bastidores para impedir que Cachoeira revele, na CPI, que sua equipe de arapongas participou dos grampos e dos filmes realizados contra Roseana.
Ao que tudo indica, o bicheiro Cachoeira foi o “agent provocateur” de vários escândalos recentes, como o caso Maurício Marinho, que deu origem ao mensalão, em 2005. O caso Lunus, três anos antes, até hoje é debitado na conta de José Serra, que foi candidato à presidência pelo PSDB e necessitava agir contra a candidatura própria do PFL – após o escândalo, o partido desistiu de lançar candidato e decidiu apoiar o tucano.
Lembrando: documentos apreendidos pela Polícia Federal na sexta feira 1º de março de 2002 em São Luís, no escritório da Lunus, reforçam as suspeitas de que ainda existe uma conexão entre a firma de Roseana Sarney, seu marido Jorge Murad e empresas campeãs de fraude da Sudam, como a Agrima - Agricultura e Pecuária Ltda e a Nova Holanda Agropecuária. Segundo a PF, “uma pasta traz farta documentação que pertence à Usimar Componentes Automotivos S/A, empresa criada em São Luís e financiada pela Sudam, mas que jamais saiu do papel. A Usimar (...) recebeu R$ 44 milhões e nunca comprovou a aplicação do financiamento para a montagem de uma fábrica de auto-peças”.
A PF apreendeu na sede da Lunus RS$ 1,34 milhão em nota de cinquenta reais, numa operação conjunta com a Abin.
Nos últimos cinco dias, gente graúda da tropa de elite de José Serra passou a telefonar, enlouquecidamente, para meia dúzia de policiais federais. A pergunta era uma só: a elite da “tchurma” ao entorno de Serra quer saber se Carlinhos Cachoeira vai de fato contar a verdade. Que é a seguinte, disseram esses policiais à reportagem do 247: Carlinhos Cachoeira teria trabalhado o vazamento do caso Lunus não só para o PSDB serrista, como também para ao PT. Ou seja: uma aliança kafkiana e de ocasião, entre inimigos os figadais do PT e PSDB, foi fundida para pulverizar Roseana Sarney.
O PSDB não tem medo que Cachoeira entregue os tucanos: mas torce para que o bicheiro entregue os petistas no caso Lunus. E quem teria passado os grampos da Abin , contra Roseana, para ambos os partidos? O mesmo sargento Dadá, que atuou na Satiagraha e agora está preso por ser o homem de confiança de Cachoeira no mundo da espionagem.
Só para lembrar: o repórter que deu o furo do caso Lunus nasceu em Goiás e tinha Carlos Cachoeira como fonte.