Delúbio Soares (*)
“O futebol é a pátria de chuteiras”
(Nélson Rodrigues)
Trava-se um grande debate em torno dos preparativos para a Copa do Mundo de 2014 em nosso país. Nada mais natural, já que se trata de um certame que congrega diversos países, atrai a atenção de bilhões de pessoas espalhadas pelos cinco continentes, além de mobilizar a paixão de todas elas por um esporte que se tornou ao longo de décadas o mais popular e querido dentre todas as modalidades esportivas.
O Brasil está se preparando para receber visitantes vindos de todo o mundo, oferecendo-lhes a hospitalidade típica de nossa gente, com a devida infra-estrutura e a segurança necessária. O Congresso está debatendo exaustivamente a lei que regulamentará a realização da Copa 2014, com a participação efetiva da sociedade brasileira, através de seus parlamentares, das entidades envolvidas e com ampla cobertura da imprensa nacional e internacional.
Há total transparência na discussão dos preparativos, inclusive com o choque de posições, o confronto das ideias e a busca do atendimento pleno às naturais exigências tanto da FIFA quanto – e principalmente – dos torcedores que irão transformar o Brasil no centro das atenções mundiais durante a realização da mais popular e bela festa esportiva.
É impensável supor que um evento da magnitude de uma Copa do Mundo de Futebol pudesse se realizar em um país em franco desenvolvimento, que está passando pela maior transformação social de sua história, que apresenta uma economia ascendente e uma sólida democracia, mas de apenas pouco mais de duas décadas, sem que tivessemos problemas estruturais, legais e técnicos, discussões ou celeumas. Tudo está correndo absolutamente dentro do previsto e do esperado, até nos conflitos que tem suscitado. Melhor assim: não empurramos qualquer questão para debaixo do tapete e os estamos enfrentando, um a um.
O Brasil é o país do futebol. Se os ingleses criaram o mais popular dos esportes, foi no Brasil que ele encontrou o seu ponto máximo de popularidade, o seu auge como paixão das massas, angariando a admiração internacional através de jogadores geniais como o inesquecível Leônidas, o “Diamante Negro”; o insuperável “Rei” Pelé, com seus 1000 gols e seu estilo magistal; “Mané” Garrincha e suas pernas tortas fabricando dribles estonteantes, deixando os “Joões” pasmos e boquiabertos; a ginga graciosa de Didi, o “Folha Seca”, e a fabulosa Marta, a “Rainha das Chuteiras”, dentre tantos outros nomes consagrados de nosso futebol.
As críticas desmesuradas aos eventuais e contornáveis problemas que, justificadamente, são normais e aceitáveis num evento da grandiosidade da Copa, escondem sentimentos inconfessáveis dos que jamais perdoarão o sucesso dos governos petistas de Lula e Dilma. Parte ínfima, mas furiosa, da oposição e da imprensa, nunca aceitaram a demonstração de prestígio do estadista Lula ao trazer a Copa de 2014 para o Brasil. Para esses reacionários nada importa. Não lhes importa a alegria do povo e nem a energia dos estádios lotados em festa. Soa-lhes como um desaforo a imagem triunfante de um país que emerge grandioso na economia e socialmente mais justo. Jamais perdoarão Lula, Dilma e o PT pelo histórico êxito justamente onde FHC, PSDB e DEM fracassaram rotundamente.
Mas os preparativos para uma grande e inesquecível Copa do Mundo seguem adiante, sob o comando firme da presidente Dilma Rousseff, auxiliada pelo eficiente Ministro Aldo Rebello. Não há Estado que não esteja se mobilizando para oferecer o melhor tanto para as equipes das várias nações que disputarão o Mundial de Futebol quanto para os milhares de torcedores que lotarão os estádios. Cidades relegadas em governos anteriores, como Manaus, Natal e Cuiabá, se tornarão centros da atenção de bilhões de telespectadores mundo afora. Aeroportos estão sendo reformados ou construídos. Estádios, como o da Fonte Nova, na belíssima cidade de Salvador, foram ao chão para dar lugar à construções modernas, confortáveis e seguras. Nossa economia receberá uma injeçã ;o de recursos, nossa rede hoteleira, o setor da alimentação, os prestadores de serviços, enfim, todos serão beneficiados.
Pouco nos importa se um burocrata da FIFA, destemperado e desrespeitoso, disse um absurdo, pois dias depois ele apresentou suas desculpas diante da reação firme do governo brasileiro. O feudo de mais de 23 anos na CBF foi ao chão como um castelo de cartas diante da constatação de que o Brasil é outro – bastante melhor que no passado recente – e assim o exigia. Nos preparamos, também, para as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, conquista do Brasil através do esforço e prestígio internacional do presidente Lula.
O Brasil está em campo, jogando com disposição e garra, para fazer da Copa do Mundo de 2014 a mais bela e inesquecível de todas as Copas.
(*) Delúbio Soares é professor