Foto: Arquivo / O Globo
Carlos Madeiro, Uol
O MP-RN (Ministério Público do Rio Grande do Norte) encaminhou à Procuradoria
Geral da República um depoimento do empreiteiro potiguar José Gilmar de Carvalho
Lopes, no qual ele afirma que o senador e presidente nacional do DEM, José
Agripino Maia, teria recebido R$ 1 milhão em dinheiro “vivo” para a campanha de
2010 no Estado. O senador, que desde terça-feira é o líder do partido no Senado,
nega veementemente a denúncia.
O depoimento do empresário --que é dono da construtora Montana, uma das
maiores do Rio Grande do Norte-- foi dado em novembro de 2011, durante as
investigações de um suposto esquema montado para manter o monopólio indevido nas
inspeções ambientais veiculares no Estado, que poderia render R$ 1 bilhão aos
acusados.
Ao todo, 36 pessoas foram denunciadas e 27 tiveram a denúncia aceita --entre
elas o suplente de Agripino Maia-- e se tornaram réus no processo da operação
Sinal Fechado. As fraudes teriam sido realizadas com a participação de
políticos, ex-governadores e servidores do Detran-RN (Departamento de Trânsito
do Rio Grande do Norte).
O depoimento vazou do processo, que corre em segredo de Justiça, e foi
publicado por blogs e sites do Rio Grande do Norte nesta quinta-feira (29).
À reportagem do UOL, a assessoria de imprensa do MP-RN confirmou a veracidade
do depoimento e que o documento foi remetido para a Procuradoria Geral da
República, já que o senador tem foro privilegiado, para que decida se uma
investigação será aberta ou não. Por sua vez, o MP-RN não soube informar como o
documento foi parar na mão de jornalistas potiguares.
No depoimento, Gilmar afirmou que o repasse do R$ 1 milhão --que seria fruto
do desvio de recursos públicos do Detran-RN-- teria sido feito pelo advogado
George Olímpio, que foi preso e denunciado na operação Sinal Fechado. Além do
declarante, uma advogada e dois promotores assinam o documento.
Leia mais em Em depoimento ao MP, empreiteiro diz que presidente do DEM recebeu
R$ 1 mi em dinheiro para campanha de 2010