12 agosto 2011

Rumor de perseguição a Amorim envolve a Globo





Jornalista Rodrigo Vianna (à dir.), ex-Globo, divulgou em seu blog suposta marcação da vênus platinada sobre o ministro da Defesa (centro); intenção seria a de ouvir apenas generais que não gostam dele; William Bonner teria sido convocado a trabalhar no final de semana para driblar o vazamento

Brasil 247

Na última sexta-feira, 5, o repórter da Rede Record Rodrigo Vianna, ex-Globo, recebeu ligação de uma fonte que trabalha na sua antiga emissora. O contato reportou ao jornalista detalhes de uma suposta orientação da diretoria da emissora para a produção de reportagens que desqualificariam o ex-chanceler Celso Amorim como ministro da Defesa. Foi o que Vianna escreveu em seu blog, Escrevinhador. Segundo sua fonte, “a orientação é muito clara: os pauteiros devem buscar entrevistados – para o JN, Jornal da Globo e Bom dia Brasil – que comprovem a tese de que a escolha de Celso Amorim vai gerar ‘turbulência’ no meio militar”. A fonte teria dito ao repórter da Record: “É cada vez mais desanimador fazer jornalismo aqui”.

Rodrigo Vianna, que trabalhou na Globo de 1995 a 2006, ano em que foi demitido, associou a informação ao “velho jornalismo praticado na gestão de Ali Kamel”, atual diretor de Jornalismo da emissora, pela qual as “reportagens devem comprovar as teses que partem da direção”. No caso de Celso Amorim, a fonte teria lhe dito que a jornalista Eliane Cantanhêde também iria ajudar com a repercussão da teoria, com seus comentários na Globo News. “Fique atento aos comentários dela; está ali para provar a tese de que Amorim gera instabilidade militar, e de que o governo Dilma não tem comando”. O contato, chamado por Rodrigo Vianna de “colega jornalista”, deu os bastidores: “rapaz, eu não tenho blog para contar o que estou vendo aqui, está cada vez pior o clima na Globo”.
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