Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Terra Magazine "A imagem dela (de Dilma) tem mostrado um grau elevado de resiliência diante desse turbilhão de noticiários negativos", afirma o sociólogo |
Ana Cláudia Barros
Apesar da queda de seis pontos percentuais no índice de aprovação, no Ibope, a presidente Dilma Rousseff (PT) continua com uma avaliação positiva "bastante elevada". A análise é do sociólogo e consultor político-estratégico Antonio Lavareda, que, em entrevista a Terra Magazine, aponta as denúncias contra o Ministério dos Transportes e a demissão de Antônio Palocci da Casa Civil como determinantes no desgaste da popularidade da petista.
A sondagem, encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e realizada pelo Ibope entre 28 e 31 de julho, mostrou que Dilma é aprovada por 67% dos eleitores. No levantamento anterior, feito em março, ela aparecia com 73%.
- A pesquisa traz em seu conjunto de dados uma explicação razoável para o que ocorreu. O noticário negativo no que concerne ao Ministério dos Transportes e à saída de Palocci tomou lugar, no quadro de referências da opinião pública, da agenda positiva do governo. Neste mesmo período, o governo lançou alguns programas, mas o que ficou de recall na mente do cidadão comum foram, sobretudo, esses dois casos. Perguntados sobre o que mais lembravam de notícias difundidas em televisão, rádio, jornais e revistas sobre o governo, em primeiríssimo lugar apareceu a crise no Ministério dos Transportes, com 21%. Em segundo lugar: a demissão do Palocci, com 14%.
Para Lavareda, a petista tem demonstrado capacidade para superar situações adversas. "A melhor leitura é a seguinte: a imagem dela tem mostrado um grau elevado de resiliência diante desse turbilhão de noticiários negativos", destaca, acrescentando:
- O percentual de aprovação que tem faz dela, ainda hoje, um dos governantes com a melhor taxa de aprovação. Poucos governantes no mundo têm, sobretudo em meio a essa crise internacional, essa taxa.
Indagado se outras denúncias envolvendo ministérios poderiam provocar novas quedas na popularidade da presidente, o sociólogo responde, enfático: "Quem conseguir ver uma tendência em uma direção ou outra, não vai fazer uma análise, mas estará emitindo juízo de torcedor", afirma.
Desaprovação e confiança
A pesquisa Ibope apontou um crescimento ainda mais significativo no índice de desaprovação da presidente, que passou para 25%, enquanto na sondagem de março era de 12%. Mesmo assim, o sociólogo considera que o patamar ainda é baixo.
- O (Barack) Obama pagaria milhões de dólares para ter essa desaprovação - brinca.
Já sobre o percentual dos que confiam em Dilma Rousseff, também abalado pelos noticiários - caiu de 74% para 65% -, o consultor político-estratégico avalia:
- Significa que 2/3 da população confiam nela. É um percentual elevado, sobretudo, se lembrarmos que ela foi eleita com 56% da votação no segundo turno. Ou seja, ela tem um nível de confiança atualmente 10 pontos acima do percentual que ela obteve na votação do ano passado.