25 julho 2011

Dilma lança hoje programa que vai investir R$ 750 mi para levar à água a "pobres extremos" do Nordeste

Para lançar o programa, Dilma convocou os nove governadores da região a Alagoas para assinar um pacto de adesão nesta segunda-feira
Para lançar o programa, Dilma convocou os nove governadores da região a Alagoas para assinar um pacto de adesão nesta segunda-feira

Aliny Gama
Especial para o UOL Notícias
Em Maceió 
       
A presidente Dilma Rousseff chega a Alagoas nesta segunda-feira (25) para lançar o programa Água para Todos, que faz parte do bloco de ações do Brasil sem Miséria –criado para reduzir a pobreza extrema no país. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), R$ 750 milhões devem ser investidos para levar água a milhares de famílias no Nordeste.
Para lançar o programa, Dilma convocou os nove governadores da região a Arapiraca (122 km de Maceió) para assinar um pacto de adesão dos Estados no combate à pobreza extrema na região.
O Nordeste concentra 9,6 milhões das 16 milhões de pessoas em famílias com renda per capita de até R$ 70,00 no país. Por conta disso, a região foi escolhida pelo governo federal para dar o pontapé inicial das ações para identificação dos pobres extremos e que estão fora dos cadastros de benefícios federais.
O Água para Todos tem como meta principal chegar aos moradores da zona rural dos nove Estados nordestinos, onde vivem 5 milhões das pessoas em pobreza extrema. Estão previstas construções de sistemas simplificados para abastecer as famílias que vivem em áreas onde existem mais de dez casas. Já nas casas isoladas, a ideia é construir cisternas para armazenar água da chuva.
Em locais que não existam mananciais subterrâneos, nem de superfícies, serão criados barragens subterrâneas, além da perfuração de poços e a canalização de água para a superfície. “O abastecimento servirá tanto para consumo próprio, quanto para irrigação. Vamos usar também tecnologia para dessalinização das águas salobras dos poços. Isso vai ampliar a oferta de água para essas famílias que vivem com pouquíssimos serviços e necessitam de ajuda”, disse a secretária nacional de segurança alimentar nutricional do MDS, Maya Takagi.
Segundo ela, vários modelos de captação de água da chuva serão implantados. “Esses sistemas terão a parte que não precisa ser tratada porque será para irrigação, com barragens subterrâneas. Executaremos as obras de acordo com a possibilidade de cada terreno, dependendo também do volume para mais de uma família usar”, explicou, ressaltando que a quantidade de famílias que serão atendidas será divulgada na tarde desta segunda, durante o lançamento do programa pela presidente Dilma.
Ações diferenciadas para gênero e raça
Com mais água, políticas públicas serão aplicadas para tentar reduzir a desigualdade social, em especial entre as mulheres e os negros. A meta é incentivar a agricultura familiar.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a região agreste de Alagoas é a que possui o maior número de agricultores familiares inclusos na rede que recebe o Bolsa Família. O programa pretende iniciar suas ações para 15 mil famílias no Nordeste.
De acordo com o secretário de agricultura familiar do MDA, Laudemir Müller, cada família vai receber R$ 2.400 de fomento produtivo, além de sementes de milho, feijão e hortaliças, adaptadas para região do semiárido. Além desse incentivo, as famílias terão acesso à orientação da venda dos produtos.
“Vamos comprar o excedente da agricultura familiar para essas famílias gerarem renda. A rede privada também vai comprar esses produtos. Vamos continuar também com o Bolsa Família e juntar as rendas, e assim agregar a inclusão produtiva”, afirmou.
Müller informou que, ainda nesta segunda-feira, será aberta uma chamada pública para seleção de 204 técnicos agrícolas para atuar nas ações de assistência de agricultura familiar.
“Equipes multidisciplinares compostas por 11 técnicos vão orientar 800 a 1.000 famílias. Vamos acompanhar família por família, diferenciado em relação a gênero e raça, as mulheres terão uma atenção especial. Por isso, pela primeira vez, o governo federal chega com um programa com ações articuladas, trabalhando em conjunto”, finalizou.