FHC e Míriam (fotomontagem)
FHC começou a namorar Míriam no final dos anos 80, início dos anos 90 quando ele era senador e ela repórter da TV Globo em Brasília. Não era incomum algum amigo de FHC telefonar para o apartamento dele em Brasília e ser atendido por Míriam.
Em 1994, quando foi candidato a presidente pela primeira vez, Tomás tinha dois anos e FHC temeu que a história do filho fora do casamento com dona Ruth Cardoso fosse explorada durante a campanha.
Míriam sempre garantiu para FHC que o filho era dele. A jornalistas amigos que a procuravam, negava. Chegou a sugerir que o pai era um biólogo de Santa Catarina.
FHC desconfiava que o filho pudesse ser de outra pessoa que se relacionara com Míriam na mesma época - um diplomata do Itamaraty.
Certa vez, sorridente, a um repórter da VEJA que perguntou se o filho era dele, FHC respondeu:
- Meu? Imagina. Deve ser do Serra.
Antes de aceitar ser candidato, FHC viajou com dona Ruth a Nova Iorque e lhe falou sobre Tomás. Foi uma conversa penosa.
Transferida pela Globo para a Europa - primeiro como correspondente em Lisboa, depois em Barcelona, mais adiante em Londres - Míriam foi ajudada à distância por FHC a criar o filho.
Durante algum tempo, era Sérgio Motta, ministro das Comunicações do primeiro governo de FHC, quem providenciava o envio de dinheiro a Míriam.
Depois da morte dele, o dinheiro passou a chegar a Míriam por meio de sua irmã Mag.
Mais de uma vez, em viagens à Europa como presidente da República, e depois como ex-, FHC visitou Míriam e Tomás. E mais de uma vez também o recebeu no Palácio do Alvorada.
Em conversas reservadas com amigos, só mais recentemente, de cinco anos para cá, Míriam começou a admitir que FHC era pai do seu filho. Mas sempre ameaçou desmentir e processar o jornalista que lhe atribuísse tal informação.
Filho de repórter da Globo não é de FHC, diz DNA
Exames foram feitos em São Paulo e Nova York a pedido dos filhos do ex-presidente
Exames foram feitos em São Paulo e Nova York a pedido dos filhos do ex-presidente
MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA
Dois testes de DNA, feitos em São Paulo e Nova York, revelaram que Tomás Dutra Schmidt, filho da jornalista Miriam Dutra, da TV Globo, não é filho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Em 2009, FHC reconheceu Tomás como filho num cartório em Madri, na Espanha.
O jovem, que hoje tem 18 anos, pode usar o documento a qualquer momento para colocar o nome do ex-presidente em sua certidão, segundo interlocutores de FHC. A informação sobre os testes foi publicada na coluna Radar, da revista "Veja".
Depois que o documento já estava pronto, os três filhos do tucano com Ruth Cardoso -Paulo Henrique, Beatriz e Luciana- pediram ao pai que fizesse um exame que comprovasse que Tomás era mesmo filho dele.
O ex-presidente concordou, imaginando com isso colocar fim a qualquer possibilidade de desentendimento entre os irmãos e Tomás.
O primeiro teste foi feito no fim do ano passado, em São Paulo. A saliva de FHC foi recolhida em São Paulo, e a de Tomás, em Washington, nos EUA, onde estuda, por meio do representante do escritório do advogado brasileiro Sergio Bermudes, que cuidou tanto do reconhecimento quanto dos testes feitos.
O primeiro exame deu negativo. FHC decidiu então se encontrar com Tomás em Nova York para um novo teste, que também deu negativo.
Fernando Henrique Cardoso estava disposto a manter a história restrita a seus familiares. De acordo com interlocutores do ex-presidente, ele acha que o exame é uma mera negativa biológica, e não jurídica.
Ele está disposto a manter o reconhecimento de Tomás. Seus herdeiros, no futuro, poderão questionar a paternidade com base nos testes.
O ex-presidente não falará nada sobre o assunto, pois entende que diz respeito apenas à sua vida privada.