10 abril 2011

Vida do delator do 'mensalão do DEM' está em perigo

Polícia Federal afirma que Durval Barbosa não aceita os termos rígidos do Programa de Proteção de Testemunhas Vannildo Mendes
O ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal (DF) Durval Barbosa, delator do esquema de corrupção desmantelado pela operação Caixa de Pandora, corre risco iminente de morte. Os desafetos são muitos e alguns planos de assassinato foram detectados por setores de inteligência policial. Para complicar a situação, o governo do DF devolveu à União a responsabilidade pela integridade do réu, mas a Polícia Federal (PF) recusa, alegando que Durval, indisciplinado, viola as regras de segurança, se expõe indo a eventos sociais e se recusa a aceitar os termos rígidos do Programa de Proteção de Testemunhas. O problema, para o Ministério Público, é que se ficar um só dia sem proteção, Durval é um homem morto. Para pôr fim ao impasse, o relator do inquérito da Caixa de Pandora no Superior Tribunal de Justiça (STJ), o ministro Arnaldo Esteves Lima, intimou o diretor-geral da PF, Leandro Daiello Coimbra, a assumir a responsabilidade "pela proteção, a segurança e a vida" de Durval. Ele determinou que Coimbra se reúna com o secretário de Segurança do DF, Daniel Lorenz, para implementar a transferência da testemunha "bomba". As instruções do ministro são claras: "A transferência do colaborador deve se processar com extrema cautela para que não haja descontinuidade na proteção". O ministro acatou o argumento do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, segundo o qual, a proteção a Durval é responsabilidade da polícia judiciária da União, a PF, porque ele é réu colaborador de um inquérito federal, o de número 650 (Caixa de Pandora), que tramita no STJ. Durval fez acordo de delação premiada com o Ministério Público do DF e Territórios em setembro de 2009. Entre as provas que ele entregou à Justiça, estão 31 fitas de vídeo, gravadas em seu gabinete, em que políticos e autoridades aparecem recebendo propina e enfiando maços de dinheiro nos bolsos, bolsas, mochilas e até nas meias e cuecas. Um dos alvos foi o ex-governador José Roberto Arruda, preso e afastado do cargo. http://hojeemdia.com.br/cmlink/hoje-em-dia/noticias/politica/vida-do-delator-do-mensal-o-do-dem-esta-em-perigo-1.263581