16 fevereiro 2011

PSB aguarda novo partido de Kassab para propor fusão

Daiene Cardoso, da Agência Estado
O PSB, que há algumas semanas começou a negociar a mudança do prefeito de São Paulo Gilberto Kassab - hoje no DEM - para suas fileiras, aguarda apenas a formalização da criação de um novo partido para discutir uma futura fusão. "É um partido novo que eventualmente se fundiria com o PSB", explicou o presidente do PSB em São Paulo, Márcio França. Nos bastidores da negociação, especula-se que o prefeito levaria não apenas o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, mas outros democratas de peso, entre eles o da senadora Kátia Abreu (TO) e Indio da Costa, ex-deputado federal e vice na chapa presidencial de José Serra.

As tratativas do PSB começaram com a investida sobre Colombo, que viabilizou o contato com Kassab. Como o prefeito poderá manter seu mandato mesmo se desfiliando do DEM, a preocupação de Kassab é estender a mesma garantia jurídica para seus aliados e evitar a perda de mandato por infidelidade partidária. "É uma possibilidade real sim", admitiu o deputado federal Rodrigo Garcia (SP) ao se referir à fusão com o PSB. Kassab já contratou dois escritórios de advocacia para cuidar da estrutura jurídica do novo partido, o PDB (Partido da Democracia Brasileira). "Essa é a primeira fase, que vai levar alguns meses", contou França.

As negociações estão sendo conduzidas diretamente pelo presidente nacional do PSB, o governador de Pernambuco Eduardo Campos. Segundo França, a saída de Kassab do DEM e a criação do novo partido seriam a brecha que muitos esperam para mudar de legenda. "Neste período podemos ter surpresas. Ele (Kassab) pode arrastar com ele mais do que se imagina", sugeriu França.

Debandada. Além dos aliados em São Paulo, Kassab poderia provocar uma debandada de democratas ilustres. Nos bastidores, os nomes citados são da senadora Kátia Abreu, que não esconde seu vínculo com o grupo de Kassab, Colombo e do presidente de honra do DEM, o ex-senador Jorge Bornhausen. "É claro que as pessoas com quem temos convergência devem refletir sobre isso", revelou o deputado Rodrigo Garcia, aliado próximo de Kassab. No entanto, Garcia ressalta que a prioridade do grupo no momento é buscar a conciliação interna na legenda. O partido corre atrás dos dissidentes para convencê-los a ficar, uma vez que é dada como certa a desfiliação de Kassab.