16 dezembro 2010

Lula diz que governo deve propor desenvolvimento “mais justo”


No discurso que fez, na noite desta terça-feira, na cerimônia de anúncio de investimentos da montadora italiana Fiat em Pernambuco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o governo tem que ser indutor de um modelo de desenvolvimento mais justo entre as regiões do país e que o Nordeste não pode “ficar para trás a vida inteira”.

A Fiat anunciou que investirá, entre 2011 e 2014, R$ 3 bilhões em uma planta de 4,4 milhões de metros quadrados em Cabo de Santo Agostinho (PE), dentro do Complexo Portuário de Suape. Segundo a montadora, serão gerados 3,5 mil empregos diretos e, além da construção da fábrica, um centro de pesquisa, treinamento de recursos humanos, projeto e desenvolvimento de novos produtos.

“Uma grevezinha”

O presidente parece não ter se impressionado com tamanho investimento privado e em tom de brincadeira soltou: “não se esqueçam que se, por acaso, tiver uma grevezinha na Fiat, eu poderei estar na porta incitando os trabalhadores.”

Na visita que fez, pela manhã, às primeiras obras de transposição do Rio São Francisco, na Paraíba, Lula pediu a prefeitos e governadores que encaminhem projetos “consistentes e adequados” para a segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). “É extremamente importante que cada governador e cada prefeito deste país faça os projetos que são prioridades para as suas cidades, porque nós estamos terminando o PAC 2”, disse. “Tem obras que demoram cinco, seis, sete anos para serem concluídas. Então, os companheiros precisam saber disso”, lembrou.

“O dono é o povo”

Sobre a transposição do Rio São Francisco, Lula considera que a obra, prevista para terminar em 2012, será a “redenção da região mais sofrida do Nordeste brasileiro”. Para ele, agora o povo do Nordeste vai poder decidir sobre a utilização da água. “Essa água tem que prioritariamente atender os interesses da pequena agricultura brasileira, da agricultura familiar, das cooperativas, porque senão a gente vai ter um só tomando água e vai continuar a maioria morrendo de sede, porque o grandão não deixa o pobre encostar na água do São Francisco”.

Lula destacou ainda que, todas as terras a dois quilômetros de cada margem do rio serão revertidas em terras de utilidade pública, e que o governo federal vai “trabalhar com carinho a utilização dessa terra” para que possa melhorar. Em um de seus últimos compromissos como presidente, Lula ressaltou: “ninguém é dono do rio, quem é dono é o povo brasileiro”.

Fonte: Brasília Confidencial