04 novembro 2010

*A esquerda que a direita gosta*

*Durante muitos anos, Plínio foi da direita do PT. Depois, foi para a esquerda do Partido. Depois, para a ultra-esquerda. Depois, saiu do PT e foi para o PSOL, onde integra o setor fundamentalista desta organização. Há quem veja nesta trajetória um exemplo de persistência e coerência. Nada disso: sua entrevista, que reproduzimos abaixo, é a prova de que seu esquerdismo é antes de mais nada perigoso. Como muita gente formada no ambiente da esquerda católica, Plínio tende ao martirológio: prefere um governo repressor!!! Claro que esta postura machista (não confundir com marxista) desconsidera completamente o povo, seus interesses, seu bem -estar. Esquerdistas assim, que não têm nada de infantis, são a alegria da direita.
Valter Pomar

Plínio afirma que preferiria governo Serra ao de Dilma

Para a esquerda, segundo ele, “repressão” é melhor do que “cooptação”
Por: Redação da Rede Brasil Atual

Publicado em 03/11/2010, 17:00

São Paulo – O quarto colocado na disputa presidencial, Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) declarou preferir um governo de repressão a um de cooptação.
Os termos foram usados por ele para definir, respectivamente, o que seria um governo comandado por José Serra (PSDB), candidato derrotado no segundo turno, e o que foi o governo Lula. As declarações constam de entrevista concedida à edição digital do *Jornal do Brasil*.

Plínio deixa claro que considera que um eventual novo governo encabeçado pelo PSDB “seria ruim também”. Ele avalia que a gestão de Dilma Rousseff, eleita no dia 31, é “um horror”, e que ocorrerá uma nova forma de mensalão.

“No (*eventual governo*) Serra, temos a repressão, em Lula a cooptação”, qualificou. “Acho mais favorável (*para a esquerda*) a repressão, que aliás já enfrentei. Mas é melhor porque a repressão unifica, as pessoas se unem, vão para as ruas”, especulou.

O candidato Plínio avalia que seu partido sai fortalecido do pleito, por ter aumentado as bancadas federal e estaduais, conquistando a “hegemonia da esquerda”. “O PSOL saiu unido, um partido de opinião pública. Ninguém duvida que o partido que faz oposição real é o PSOL, lugar que o PT já ocupou e que deixou vago”, analisou.

O melhor momento da campanha eleitoral, na avaliação do promotor de Justiça aposentado, foram os debates. “Furei uma barreira de omissão, porque a estratégia da direita não se dirigia contra mim, mas contra o que eu falava, porque a burguesia, apesar da hegemonia em que se encontra, tem medo do povo. É um traço sociológico conhecido”, criticou.

Ainda na entrevista, Plínio defende uma reforma tributária com taxação sobre grandes fortunas para garantir recursos suficientes para arcar com um salário mínimo de R$ 2 mil. O valor foi defendido na campanha eleitoral a partir do valor calculado mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) como necessário para assegurar o preceito constitucional que estabelece o piso salarial nacional.
Plínio defendeu ainda o não pagamento da dívida pública. “Só aí, seria R$ 280 bilhões para isso (bancar o aumento do salário mínimo)”. Ele promete nem passar perto do Palácio do Planalto, quando questionado se aceitaria algum cargo no governo Dilma. E ainda afirmou que o PSOL representa uma opção contra o regime capitalista, cuja “lógica interna é perversa, excludente por natureza e perpetuadora da desigualdade”.