18 outubro 2010

Apoio redobrado a Dilma no segundo turno das eleições


Líderes cristãos reforçaram hoje o apoio à candidata Dilma Rousseff e assumiram o compromisso de combater a onda de boatos que tenta contaminar a campanha eleitoral. No encontro com o presidente Lula e Dilma em Brasília, bispos e parlamentares avaliaram que a boataria pode provocar um inédito conflito religioso no Brasil.

“Vamos tratar de desmistificar todos esses boatos que estão penetrando as igrejas, e enganando pessoas crédulas e bem intencionadas. Esta onda de boatos não constrói o Brasil. Ao contrário, pode até trazer um cisma, o ódio entre as religiões, que é o que a gente menos quer”, disse o senador reeleito pelo Rio de Janeiro, Marcelo Crivella.

Segundo ele, embora Dilma tenha reiterado suas posições em defesa da liberdade religiosa e contrária ao aborto, é preciso que esses compromissos cheguem a quem “tem dúvida”. Por isso, líderes religiosos darão seu testemunho em defesa da candidatura de Dilma Rousseff.

“A candidata tem uma posição clara, mas ela tem sido vítima de uma onda de boatos que distorcem suas posições. Temos que fazer com que essas posições cheguem a quem tem dúvida para que não sejam cooptados pelos adversários de maneira inescrupulosa usando boatos”, afirmou o senador.

Compromisso

Para o presidente da Assembleia de Deus de Madureira, bispo Manoel Ferreira, Dilma reforçou seu compromisso mais importante: manter os programas sociais.

“Não estamos aqui elegendo um sacerdote, nem um pastor para assumir uma das nossas igrejas”, alertou Ferreira. “Estamos elegendo um presidente da República que assuma o compromisso de manter os programas sociais e de respeitar as liberdades de culto, de expressão e de imprensa.”

Ele acrescentou que a Assembleia de Deus vai agir com veemência contra o que chamou de “cadeia de boataria” esclarecendo os fieis nas igrejas.

Propostas

Dilma assumiu novamente o compromisso de não enviar propostas legislativas ao Congresso tratando de temas polêmicos para os cristãos. “O que nós decidimos é que eu não mandaria nenhuma legislação que afetasse a questão relativa a qualquer legislação que altere questões que impactem na religião. O Estado brasileiro é laico e essa legislação eu não enviaria ao Congresso, tanto alteração na lei de aborto, quanto todas as outras. E ficamos de discutir os termos de uma carta compromisso. Mas o grande compromisso que eu assumo é o compromisso com o Estado laico, que não vai interferir nas decisões a respeito das questões religiosas”, relatou.

Dilma também explicou que em relação ao projeto de lei que trata da criminalização da homofobia há pontos que não são aceitáveis. “A união civil diz respeito ao direito civil dos cidadãos. Outra coisa é o casamento entre homossexuais ou quaisquer outras opções sexuais. Isso diz respeito às igrejas. Ninguém pode interferir nisso. Exemplo: no PL [projeto de lei] 122 há criminalização da homofobia, mas há também a criminalização das manifestações contra essa relação dentro das igrejas. Dentro das igrejas é problema das igrejas. Não posso dar direito a uns e tirar de outros. A parte relativa a condenar o preconceito contra o homossexual nós todos temos que endossar. Agora a parte relativa a criminalizar as igrejas é um absurdo. Criminalizar, colocar punição é um absurdo, é um excesso”, disse.

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