Dilma Rousseff (PT), reuniu-se com o novo presidente colombiano, Juan Manoel Santos, que está em visita oficial ao Brasil. A conversa com Dilma passou por assuntos sobre integração latino-americana, combate a pobreza, biocombustíveis, e cooperação no combate ao tráfico de drogas e armas. Ao falar à imprensa, Dilma, disse que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) são um problema da Colômbia. Ela explicou que, se eleita, manterá uma clara posição de combate ao narcotráfico e de não interferência na forma com que o governo colombiano se relaciona com a guerrilha, respeitando a auto-determinação dos povos. No entanto, ela ressaltou que não relutará em ajudar o país vizinho, caso isso seja solicitado. O Exército Brasileiro já mediou recentemente a logística para libertação negociada de prisioneiros pelas FARC a pedido do governo colombiano. Dilma disse que não chegou a conversar com o presidente colombiano sobre as acusações feitas pelo vice na chapa tucana, Indio da Costa, de que exista relação entre o PT e as Farc. “Isso é uma coisa somente do meu adversário. O presidente colombiano e todos sabem da relação de respeito que o governo Lula teve durante todos os episódios envolvendo as Farc”, disse. Segundo Dilma, a conversa com Santos foi proveitosa. Deram destaque aos acordos de cooperação para a vigilância da fronteira dos dois países, que se estende por aproximadamente 1.650 quilômetros em plena Floresta Amazônica. A petista contou que o presidente colombiano demonstrou preocupação com a continuidade da cooperação já firmada com o governo brasileiro para a vigilância da fronteira. “Esse acordo já foi firmado com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e nós vamos dar continuidade para que nossa fronteira não vire uma área de atuação do crime organizado”, disse. Dilma disse a Santos que seu projeto de defesa envolve a compra de dez veículos aéreos não tripulados, os chamados vants que serão usados na fronteira em conjunto com as ações policiais em terra. Esses vants são iguais aos usados por Israel para monitoramento. Segundo Dilma, Santos também se mostrou interessado em conhecer os programas de distribuição de renda, inclusão e de incentivo à agricultura familiar que foram desenvolvidos no Brasil durante do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Ele tem consciência de que a Colômbia tem 50% da população vivendo na pobreza e que a população de 45 milhões de pessoas pode representar um mercado consumidor poderosíssimo. Uma política de agricultura familiar poderia ser muito eficiente no combate à pobreza já que na Colômbia a pobreza é muito mais forte nas área rural”, destacou a candidata. Em sua primeira viagem internacional após tomar posse, Santos pretende se encontrar com os dois candidatos com mais chances na disputa eleitoral. Hoje foi Dilma e amanhã está marcado um encontro com José Serra (PSDB). A expectativa é se Santos cobrará de Serra a leniência do ex-governador de São Paulo com o PCC, e pelo abrigo que o traficante colombiano Juan Abadia encontrou no DENARC (departamento de narcóticos da polícia civil), mediante propina. (Com informações da Agência Brasil).