Lula falou, do alto da sua popularidade e de um palanque, que quer extirpar o DEM da política nacional. A afirmação assusta a democracia, é verdade, assim como qualquer arroubo de flerte com idéias que cerceiam a liberdade. Rumamos para um governo praticamente sem oposição. Será o início da consolidação do projeto político, como afirmou José Dirceu. O DEM, de antigo protagonista, passará a partido nanico, em um processo digno de antropofagia.
O DEM, mesmo sem a mão pesada de Lula, caminha pouco a pouco para o cadafalso. Entretanto, ainda existem opções. Uma delas é a fusão com o PSDB, que diminuiria os partidos e não encontraria homogenidade. Se não seguir este caminho, perderá a condição de partido forte no Congresso Nacional que se avizinha, pois deve eleger menos do que 51 deputados. Os dois caminhos são sinuosos, para dizer o mínimo.
Faltou ao DEM um projeto político nacional e uma renovação nas bases. O partido tornou-se refém de uma segunda geração dos políticos que o fundaram, carregando em seus sobrenomes a missão de renovar a agremiação. Acontece que partidos políticos não são entidades hereditárias. Para seguir existindo com força, é necessário que seus quadros sejam renovados por nomes da base. Isto nunca ocorreu com o DEM. Colhe-se agora os resultados.
Um partido precisa estar perto das bases, onde surgem as lideranças. Um partido não se faz apenas de lideranças, mas de um ampla base, exatamente o que falta ao DEM. É necessário estar presente em Diretórios Acadêmicos, Associações de Moradores, Movimentos Empresariais. É preciso formar lideranças, possuir um forte instituto de formação, possuir uma oposição atuante, que ocupe espaços. É preciso realizar mobilizações regionais das bases semanalmente. É preciso sempre lançar candidatos formados e afinados com as idéias do partido. Aí está a base.
Na Espanha, trabalhei com José María Aznar, que juntando os retalhos dos pequenos partidos da direita espanhola, fez surgir um partido novo, calcado na estratégia que mencionei acima. É preciso, para o projeto de uma força política, três coisas, ele sempre me disse: Um Partido, Uma Idéia e Um Líder. Com base nisso, ele formou o Partido Popular e mudou a face da política espanhola.
Cabe ao DEM encontrar seu líder, alguém que leve a refundação do partido e talvez uma fusão com outros menores. Investir na base, em idéias claras e atuar como uma oposição combativa e leal. O trabalho é longo e difícil, mas possível.
Se nada for feito, o DEM caminha mesmo a extinção, sem precisar da ajuda de Lula. A provável derrota de seus barões nas eleições deste ano evidenciam a crise pela qual o partido passa. Se o DEM não encontrar um líder que tome as rédeas do partido, caminhará para o cadafalso.
http://marciocoimbra.blogspot.com/2010/09/o-fim-do-dem_17.html
O DEM, mesmo sem a mão pesada de Lula, caminha pouco a pouco para o cadafalso. Entretanto, ainda existem opções. Uma delas é a fusão com o PSDB, que diminuiria os partidos e não encontraria homogenidade. Se não seguir este caminho, perderá a condição de partido forte no Congresso Nacional que se avizinha, pois deve eleger menos do que 51 deputados. Os dois caminhos são sinuosos, para dizer o mínimo.
Faltou ao DEM um projeto político nacional e uma renovação nas bases. O partido tornou-se refém de uma segunda geração dos políticos que o fundaram, carregando em seus sobrenomes a missão de renovar a agremiação. Acontece que partidos políticos não são entidades hereditárias. Para seguir existindo com força, é necessário que seus quadros sejam renovados por nomes da base. Isto nunca ocorreu com o DEM. Colhe-se agora os resultados.
Um partido precisa estar perto das bases, onde surgem as lideranças. Um partido não se faz apenas de lideranças, mas de um ampla base, exatamente o que falta ao DEM. É necessário estar presente em Diretórios Acadêmicos, Associações de Moradores, Movimentos Empresariais. É preciso formar lideranças, possuir um forte instituto de formação, possuir uma oposição atuante, que ocupe espaços. É preciso realizar mobilizações regionais das bases semanalmente. É preciso sempre lançar candidatos formados e afinados com as idéias do partido. Aí está a base.
Na Espanha, trabalhei com José María Aznar, que juntando os retalhos dos pequenos partidos da direita espanhola, fez surgir um partido novo, calcado na estratégia que mencionei acima. É preciso, para o projeto de uma força política, três coisas, ele sempre me disse: Um Partido, Uma Idéia e Um Líder. Com base nisso, ele formou o Partido Popular e mudou a face da política espanhola.
Cabe ao DEM encontrar seu líder, alguém que leve a refundação do partido e talvez uma fusão com outros menores. Investir na base, em idéias claras e atuar como uma oposição combativa e leal. O trabalho é longo e difícil, mas possível.
Se nada for feito, o DEM caminha mesmo a extinção, sem precisar da ajuda de Lula. A provável derrota de seus barões nas eleições deste ano evidenciam a crise pela qual o partido passa. Se o DEM não encontrar um líder que tome as rédeas do partido, caminhará para o cadafalso.
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