17 setembro 2010

GOVERNO LULA:Criação de vagas formais no ano é recorde



Entre janeiro e agosto, foi criado 1,95 milhão de postos de trabalho

Resultado de 2010 supera o de igual período de 2008, que era recorde da série iniciada em 1991

THAIS BILENKY
DE BRASÍLIA

Com as 289 mil vagas criadas em agosto, o mercado formal já acumula 1,95 milhão de novos postos de trabalho neste ano, superando o mesmo período de 2008, antigo recorde da série histórica, iniciada em 1991.
Os dados do Ministério do Trabalho mostram que, em 6 dos 8 primeiros meses deste ano, os índices de geração de emprego no mercado formal foram recordes para o período. Isso só não aconteceu nos meses de junho e julho.
O ministro Carlos Lupi (Trabalho) diz que o Caged, divulgado ontem, é o "melhor termômetro" da economia. Especialista em mercado de trabalho, Anselmo Santos, da Unicamp, acredita que o ministro esteja correto, porém conjunturalmente.
Para Santos, a sustentabilidade dos resultados observados nos últimos anos- de forte crescimento- depende de uma melhora na qualificação profissional.
"Nós já estamos atrasados", diz. Isso porque o retorno do investimento em educação, incipiente em sua visão, não é rápido.
O resultado de agosto é 23,7% superior ao recorde anterior para o mês, registrado em 2009. O setor de serviços alavancou o crescimento -gerou 128 mil empregos com carteira assinada.
O economista Rafael Bacciotti, da Tendências Consultoria, afirma que as altas taxas de contratação nesse segmento implicam uma mão de obra temporária e, em sua maioria, não qualificada.
Fábio Romão, analista da LCA Consultoria, acredita que o resultado é um sinal de amadurecimento da economia brasileira e similar ao padrão observado nos Estados Unidos.
O ministro Carlos Lupi prevê novo recorde neste mês. Depois disso, a temporada de resultados históricos se encerra, na avaliação de Bacciotti. O Nordeste é a segunda região que mais gerou postos (69 mil), mas, em termos relativos, é a líder, com expansão de 1,32% em comparação com julho.
O especialista da Unicamp, explica que a migração de indústrias leves, como a têxtil e de alimentos, para o Nordeste colabora com a redução da desigualdade socioeconômica.