# AGÊNCIA BRASIL
Brasília - Para o eleitorado, as denúncias feitas contra o governo não apresentam consistência e, com isso, não têm influenciado negativamente na candidatura de Dilma Rousseff. A opinião é do presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), Clésio Andrade, e tem por base os resultados da 104ª Pesquisa CNT/Sensus, divulgada hoje (14).
“O eleitor não considerou [as denúncias] provavelmente porque elas não estão sendo vistas pela sociedade como uma coisa consistente”, disse Andrade. Ele acrescentou que as últimas denúncias, envolvendo a ministra-chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, ainda não foram absorvidas pela pesquisa, realizada entre os dias 10 e 12 de setembro.
“Os ataques [feitos pelo candidato do PSDB, José Serra] sem dúvida aumenta a rejeição dele por não serem consideradas consistentes e verdadeiras”, avaliou Andrade. “E isso acaba se voltando contra o próprio candidato”, acrescentou.
“As denúncias precisam ser muito bem colocadas, provadas e consistentes. Fora isso, acaba sendo um processo contrário, porque a sociedade brasileira evoluiu muito e as pessoas hoje têm muita cautela com as denúncias. [Para surtir efeito] elas precisam ser colocadas de forma mais sólida”, avaliou o presidente da CNT, durante a divulgação da pesquisa.
Ele creditou o bom desempenho de Dilma à alta rejeição (41,3%) do eleitorado contra o candidato José Serra. “Historicamente sabemos que candidatos que têm rejeição acima de 40% estão tecnicamente derrotados”, disse. Enquanto isso, a rejeição a Dilma encontra-se em um patamar considerado “normal” pelo pesquisador, de 29,4%. A rejeição a Marina Silva (PV) também foi considerada elevada, encontrando-se em 45%.
Andrade avaliou que a rejeição a Marina não é por falta de consistência da candidata, “mas por falta de consistência da apresentação de suas propostas, que se concentram muito nas questões de meio ambiente, como se esta fosse a questão mais importante para o público, o que não é”.
Outro fator determinante para o desempenho dos candidatos é a forma como os programas eleitorais estão sendo assimilados pelos eleitores. “Os programas acabaram absorvendo as denúncias”, avaliou Andrade. Ele explica que 62,3% dos entrevistados pela pesquisa disseram que assistiram aos programas dos candidatos.