Ao inaugurar campus no MS, ele criticou suposta falta de diálogo com reitores.
‘Qual era a doença pegajosa que os reitores tinham?’, questionou.
Do G1, em Brasília
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Presidente Lula e o ministro da educação, Fernando Haddad, na cerimônia de inauguração simultânea das novas instalações da unidade II da UFGD e do campus Ponta Porã da UFMS
Lula e o ministro da educação, Fernando Haddad,
na cerimônia de inauguração simultânea de novas
instalações de universidades federais no MS (Foto:
Domingos Tadeu /PR)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta terça-feira (24), em Dourados (MS), durante a inauguração de um campus da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, a suposta falta de diálogo entre os presidentes e os reitores de universidades federais.
Segundo Lula, os últimos presidentes , apesar de terem diploma universitário e alguns serem inclusive “doutores”, não se reuniam com reitores.
“Eu nunca consegui entender por que que os reitores, por que que os ministros da Educação de governos anteriores, embora fossem reitores, e os presidentes da República, embora fossem doutores, não se reuniram com os reitores. Qual era a doença pegajosa que tinham os magníficos reitores que os presidentes não gostavam de se reunir com eles?”, disse.
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Sem mencionar o nome, Lula fez uma crítica a Paulo Renato de Souza, ministro da Educação no governo de Fernando Henrique Cardoso. Segundo o presidente, apesar de ter sido reitor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Souza não recebia os reitores. Para Lula, a conduta dos últimos ministros e presidentes demonstrava falta de interesse em governar.
“Ministro da Educação - embora o último tivesse sido reitor na Unicamp - também não gostava de reitor. Não gostava de reitor, não gostava de prefeito, não gostava de estudante, não gostava de trabalhador. Na verdade eles não gostavam é de governar”, criticou.
Lula ressaltou ainda que o atual governo ouve as reivindicações de prefeitos de todos os partidos. Segundo ele, o governo anterior recebia dirigentes locais “com cães policiais”.
“Deus, na sua sabedoria infinita, quando criou a nossa espécie, fez um ser com duas orelhas e uma boca para ouvir mais do que falar. As pessoas não gostam de ouvir. Nunca um presidente havia ido a uma marcha dos prefeitos”, afirmou.
O presidente disse ainda que a “arte de governar” não exige diploma universitário, requer “inteligência”. “Uma coisa é o aperfeiçoamento e outra é a inteligência na cabeça das pessoas, sobretudo para a arte de fazer política”, disse.
De acordo com Lula, para fazer um bom governo é preciso saber montar uma equipe competente e tomar decisões “na hora certa”.
“É que nem um técnico de futebol. Você não pode deixar faltar 39 minutos do segundo tempo para tirar um e colocar outro, porque não vai resolver nada. Ou coloca o cidadão na hora certa para fazer um gol ou é melhor deixar de ser técnico”, afirmou.