No leme da campanha de Dilma Rousseff, o PT avalia que começou a fazer água a estratégia eleitoral de José Serra de poupar Lula de críticas. Na opinião do petismo, boa parte do eleitorado já não faz distinção entre Dilma e Lula. Ao contrário, cresce o número de eleitores que votam nela porque ele a apoia. Em consequência, o eleitor tenderia a enxergar os ataques que Serra dirige a Dilma como investidas contra o próprio Lula.
Segundo um operador da campanha de Dilma, a associação da candidata com Lula será ainda mais automática depois que for ao ar a propaganda televisiva. As peças começarão a ser exibidas em 17 de agosto. Virão impregnadas de Lula. E estabelecerão um vínculo direto entre o “êxito” do governo e o trabalho de Dilma. Uma tentativa de “anular” o discurso tucano segundo o qual a candidata não disporia de experiência administrativa para presidir o país.
Por ora, a equipe responsável pelo marketing de Serra mantém inalterada a linha de centrar fogo em Dilma, preservando Lula. O comitê de Serra guia-se pelo resultado de pesquisas qualitativas. São sondagens feitas em reuniões de grupos selecionados de eleitores.
Nesse tipo de pesquisa, o eleitor é convidado a discorrer sobre temas previamente escolhidos. As discussões viram relatórios, que orientam a campanha. O tucanato extrai dos grupos duas conclusões. Uma é óbvia: a maior força de Dilma é o fato de ela ser a escolhida de Lula. Eis a outra: a maior fragilidade de Dilma são as dúvidas que um pedaço do eleitorado ainda tem em relação à capacidade gerencial e política da candidata.
Vem daí a essência do discurso de Serra, resumido num par de frases: “A Presidência não é algo que se possa terceirizar” e “Lula não é candidato”. Na última quinta-feira (22), Serra levou sua estratégia de campanha às fronteiras do paroxismo. Deu-se numa entrevista à TV Brasil. Uma das entrevistadoras qualificou Serra como candidato de oposição. E perguntou a ele o que mudaria no governo caso vencesse a eleição. E Serra: "Não sou da oposição, sou candidato do pode mais e dá para fazer."
Em essência, Serra tenta se firmar como pessoa mais apta do que Dilma para dar continuidade ao que há de “bom” no governo Lula, aprovado por 77% do eleitorado. É esse discurso que o PT imagina estar esgotado. Em contraposição, o tucanato apega-se a dados da última pesquisa Datafolha para dizer que a coisa não é bem assim. Realizada entre os dias 20 e 23 de julho, a pesquisa têm dados, em seu miolo, que chamam a atenção dos operadores de Serra:
1. Entre os 77% de eleitores que avaliam o governo Lula como ótimo ou bom, 43% dizem que votarão em Dilma. Mas 32% declaram que darão o voto a Serra.
2. No nicho que avalia o governo Lula como regular (19%), a maioria (54%) declara que votará em Serra.
Na propaganda televisiva, o tucanato vai tentar potencializar esses números. O petismo fará o oposto. Considerando-se as duas estratégias, Lula vai à cena eleitoral de 2010 como personagem central da disputa. Mesmo não sendo candidato.
Da Redação, com informações do Blog do Josias
Segundo um operador da campanha de Dilma, a associação da candidata com Lula será ainda mais automática depois que for ao ar a propaganda televisiva. As peças começarão a ser exibidas em 17 de agosto. Virão impregnadas de Lula. E estabelecerão um vínculo direto entre o “êxito” do governo e o trabalho de Dilma. Uma tentativa de “anular” o discurso tucano segundo o qual a candidata não disporia de experiência administrativa para presidir o país.
Por ora, a equipe responsável pelo marketing de Serra mantém inalterada a linha de centrar fogo em Dilma, preservando Lula. O comitê de Serra guia-se pelo resultado de pesquisas qualitativas. São sondagens feitas em reuniões de grupos selecionados de eleitores.
Nesse tipo de pesquisa, o eleitor é convidado a discorrer sobre temas previamente escolhidos. As discussões viram relatórios, que orientam a campanha. O tucanato extrai dos grupos duas conclusões. Uma é óbvia: a maior força de Dilma é o fato de ela ser a escolhida de Lula. Eis a outra: a maior fragilidade de Dilma são as dúvidas que um pedaço do eleitorado ainda tem em relação à capacidade gerencial e política da candidata.
Vem daí a essência do discurso de Serra, resumido num par de frases: “A Presidência não é algo que se possa terceirizar” e “Lula não é candidato”. Na última quinta-feira (22), Serra levou sua estratégia de campanha às fronteiras do paroxismo. Deu-se numa entrevista à TV Brasil. Uma das entrevistadoras qualificou Serra como candidato de oposição. E perguntou a ele o que mudaria no governo caso vencesse a eleição. E Serra: "Não sou da oposição, sou candidato do pode mais e dá para fazer."
Em essência, Serra tenta se firmar como pessoa mais apta do que Dilma para dar continuidade ao que há de “bom” no governo Lula, aprovado por 77% do eleitorado. É esse discurso que o PT imagina estar esgotado. Em contraposição, o tucanato apega-se a dados da última pesquisa Datafolha para dizer que a coisa não é bem assim. Realizada entre os dias 20 e 23 de julho, a pesquisa têm dados, em seu miolo, que chamam a atenção dos operadores de Serra:
1. Entre os 77% de eleitores que avaliam o governo Lula como ótimo ou bom, 43% dizem que votarão em Dilma. Mas 32% declaram que darão o voto a Serra.
2. No nicho que avalia o governo Lula como regular (19%), a maioria (54%) declara que votará em Serra.
Na propaganda televisiva, o tucanato vai tentar potencializar esses números. O petismo fará o oposto. Considerando-se as duas estratégias, Lula vai à cena eleitoral de 2010 como personagem central da disputa. Mesmo não sendo candidato.
Da Redação, com informações do Blog do Josias