11 julho 2010

Lily Marinho, viúva de Roberto Marinho, declara voto em Dilma e ainda diz que só fez almoço para a petista, e não fará para os outros

Por Hildegard Angel, Jornal do Brasil
Ao fim de seu almoço para Dilma Rousseff, cercada pela imprensa por todos os lados, Lily Marinho respondeu ao repórter que lhe perguntou se também fará almoços para os demais candidatos: "Não, só para ela!". Naquele momento, tive a certeza de que Dilma havia conquistado mais um voto. Afinal, em seu pequeno discurso, lido antes da sobremesa, Lily falara da necessidade de "ouvir diretamente os candidatos, sem intermediários para formar opinião sobre a melhor escolha daquele ou daquela que irá conduzir nosso país nos próximos quatro anos". Lily também lembrara o marido, Roberto Marinho, "que jamais se absteve de conviver com as diferenças de opinião". Mas não havia, naquela resposta de Lily ao repórter — "Não, só pra ela!" — qualquer resquício de dúvida, qualquer indecisão diante da escolha certa.


[“Roberto Marinho, apesar do apoio que deu ao golpe militar, nunca foi um hidrófobo histérico de direita como seus filhos. Tanto é que abriu a redação do jornal para comunistas e ex-comunistas. Para ele, a ideologia da pessoa não lhe impedia de ser um bom profissional ou mesmo uma boa pessoa. Recebeu até Fidel Castro em sua casa, conforme lembra Dona Lily, provando que também Fidel sempre foi um sujeito aberto ao diálogo cordial inclusive com seus piores adversários”. Do Blog Óleo do Diabo]


Dilma, em seu discurso de improviso, após a fala de Lily, foi uma grata revelação, para comentário geral. Falou com domínio dos assuntos, segura de si e das palavras, com simpatia e sorrisos, porém sem perder a firmeza que a caracteriza. Discorreu sobre a situação da mulher, lembrando que "nenhuma brasileira discute se o Brasil está preparado para ter uma mulher na Presidência — o Brasil sabe que está preparado". Enalteceu as mulheres anônimas, as "heroínas" do cotidiano. Lembrou o salto dado pelo Brasil nos últimos anos: "Pensem em 2010 e olhem para 2002 e percebam como este país é diferente hoje". E continuou: "É diferente porque 24 milhões saíram da pobreza e 31 milhões foram elevados à classe média". Enfatizou a importância da educação — "faremos um imenso esforço por ela" — lembrando a importância de se valorizar o professor: "Não é prédio, não é banda larga, é também. Mas é sobretudo o professor". E mais: "A educação é a conquista do futuro deste país".


Todas tinham algo simpático a dizer à candidata. A embaixatriz Glorinha Paranaguá, ao ser apresentada, contou-lhe que foi seu filho jornalista, que vive em Paris, quem escreveu a grande matéria a seu respeito publicada no jornal Le Monde. Algumas até lhe levaram presentes, como costuma acontecer em almoços femininos. Dilma sentiu-se definitivamente em casa, no Cosme Velho.