01 junho 2010

SERRA, O SEM VICE


Comando da campanha de Serra, porém, avalia que gesto constrange o partido diante do eleitorado do Estado
Cresce a possibilidade de o DEM indicar o vice da chapa presidencial, caso o acordo negociado com o PP não prospere

DE BELO HORIZONTE
DE SÃO PAULO

Aécio Neves (PSDB) disse ontem que não existe a "obrigatoriedade" de que um mineiro seja candidato a vice na chapa do tucano José Serra.
"Não diria que seja uma obrigatoriedade que o nome seja de Minas. Obviamente, nomes de Minas podem ser avaliados", disse Aécio.
"Nomes têm sido citados, o nome do ex-presidente Itamar Franco [PPS] tem sido lembrado, mas repito: a condução tem que ser de Serra."
O gesto foi mal recebido pela campanha serrista, pois, além de rejeitar o apelo para que fosse vice, Aécio estaria constrangendo a sigla diante do eleitorado. A avaliação é que a opção por Itamar resolveria um problema de Aécio, não do candidato.
Se o acordo com o PP não sair, há os tucanos Tasso Jereissati (CE) e Álvaro Dias (PR). Mas cresce a chance de a vice ficar com o DEM, que se queixa de estar relegado a segundo plano. As opções são José Carlos Aleluia (BA) ou José Agripino (RN).
Ontem em São Paulo, os presidentes das siglas de oposição fizeram um pacto para só falar em vice após o Corpus Christi. "Não queremos alimentar polêmica", disse Rodrigo Maia (DEM).

Oposição se reúne para discutir crise na campanha
Líderes da oposição se reúnem em São Paulo para discutir saídas para a crise que se abate sobre a campanha de José Serra. O encontro será realizado na noite desta segunda-feira e terá a presença de Roberto Freire (PPS), Rodrigo Maia (DEM) e Sérgio Guerra (PSDB).
A oposição enfrenta a divulgação de pesquisas que consolidam o crescimento da campanha de Dilma, além da falta de definição do nome do vice após a decidida negativa de Aécio Neves, e também desajustes nos palanques estaduais.

Também podem participar do encontro o próprio candidato José Serra e o ex-governador Aécio Neves. Em declaração a portais da internet, o presidente do PPS, Roberto Freire afirmou que “Vamos ter de escolher um outro nome. É preciso acabar com essa ambiguidade”..

Por trás da discussão do vice, também se esconde uma disputa ferrenha entre os partidos da aliança oposicionista pela indicação da vaga. Os tucanos ainda sonham em ter uma chapa
puro-sangue com Aécio Neves enquanto o presidente do DEM, Rodrigo Maia afirma ser natural a indicação do vice pelo partido.

A oposição também irá discutir a necessidade de construção de agendas com os pré-candidatos nos estados. Um exemplo da ausência de planos, foi a viagem da coordenadora da agenda de Serra, senadora Marisa Serrano (PSDB/MS) para a França, pois não havia compromissos agendados.

Segundo fontes da campanha tucana, a definição dos coordenadores regionais está atrasada devido a uma intensa disputa entre os três partidos que sustentam a candidatura conservadora.

De Brasília
Gustavo Alves
http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_secao=1&id_noticia=130527